Sunday, April 30, 2006

Re- Stament on retour

O meu regresso ao meu espaço tinha de ser em grande…

Re-Statement: the way é um espaço, o meu espaço, o meu mundo, o meu reflexo distorcido (talvez disforme) mas intimamente e exclusivamente meu, quem aqui entrar fá-lo por sua conta e risco, livre para pensar o que quiser, como livre é o the way…

Este post marca o fim de um ciclo curto (+/- 1 semana) simultaneamente é o início de outro ciclo mais prolongado que não sei quando terminará, provavelmente quando o último grão de areia cair desta ampulheta…

São 3 da manhã do dia 23 de Abril de 2006, entre outras trivialidades (o Porto ganhou hoje o campeonato 2005/2006) ao regressar da Póvoa de mais um jantar tive um flash quando passei em frente ao Hit (ok, não começa bem, mas quem é que disse que as grandes coisas têm de começar com eventos muito especiais?), esse flash continuou enquanto regressei ao porto e consumou-se quando dei por mim deitado no meu templo…
Acreditam naqueles momentos em que o véu que separa este mundo real e o etéreo se torna tão fino que quase podiamos rasgá-lo com a força da nossa imaginação?
Isso aconteceu neste dia… deitado na areia, o som do mar, e um céu tão límpido e sereno que parecia uma tela negra pontuada de luz… de repente esses pontos uniram-se lentamente, fundiram-se em imagens claras como o dia que pressagiavam, e eu vi pedaços de futuro a passarem lentamente como nuvens empurradas por um vento suave… vi com clareza momentos, mas talvez mais importante intuí sentimentos, descobri razões, passei em claro a banalidade das coisas para ver o sentido que cada gesto tinha, como se as ténues linhas que se formavam fossem caminhos suaves até conclusões irrefutáveis… Não sei se temos o destino traçado, e continuamos a iludir-nos com as escolhas que inevitavelmente nos conduzem ao lugar onde devemos estar, àquele lugar e não outro, onde tudo faz sentido, mesmo que não consigamos ver para além das razões que não entendemos, mas sei que é nestes momentos que se intui que de facto nous sommes les jouets du destin…
De repente todas as imagens desapareceram como um nevoeiro que se levanta, sob um luar azulado demasiado forte, procurei-as durante uns minutos, apenas para reter em mim aquelas linhas, que pareciam também impressas em mim… quantas vezes negamos o óbvio por não saber enfrentar o que intimamente sabemos e tememos? E as linhas que outrora se traçavam no plano do céu sobre mim, lentamente verticalizaram e cravaram-se em mim como pensamentos, palavras, acções…
A primeira lição que se aprende com a humildade, é que algures haverá sempre alguém melhor do que nós… a segunda lição, é que por muito válidas e fortes que sejam as tuas acções, nenhuma delas escapa ao que está impresso em ti, e se as achas especiais, como especiais eram os sentimentos que as motivavam, não te esqueças que como tu são banais, inconcretas, e sobretudo seriam reproduzidas, ou feitas em maior e melhor escala por qualquer um que as tentasse… a terceira lição, os sentimentos que possuis, são limitados a ti, primeiro porque por muito que voem não descolarão do teu mundo, agrilhoadas à tacanhez, pequenez e fealdade do teu ser, segundo porque nada mais são motivações pessoais e nunca tributos a alguém…a quarta lição, nada do que fazes importa, nada do que fazes é mais ou menos especial do que tu, e se especiais são as coisas que viveste não te esqueças apenas o foram para ti, pela intensidade, grandeza e mediocridade que em ti existe…a quinta lição, és tão só e simplesmente mais um ser humano, que passa, afecta e se esquece… a sexta lição, não existe cumprimento mútuo de sonhos pessoais, todos eles se destinam a desaparecer enterrados na areia do concreto, das provas que pretendemos evitar… a sétima lição, toda a gente merece ser feliz, com a felicidade equivalente aos seus méritos pessoais, aos seus erros, às suas omissões e considerações…a oitava lição, cada um traça o seu caminho e tende a considerar o real como adaptado aos sonhos que pretende ver cumpridos, mas na verdade o real é incerto, caprichoso, e tende a reunir em si os sonhos e as verdades de inúmeras pessoas, o resultado é um campo de combate, onde apenas os fortes sobrevivem, aqueles que mais acreditam, e eu não faço parte desse grupo, excepto pelo facto de ter possuído em tempos a ambição de lutar e convencer-me dos sonhos e caminhos que percorria para mais uma vez o real me provar que em mim (e no real) não existe ou existirá a força para os ver cumpridos… nona lição, vampirizo o mundo do que tem de melhor e aproprio-me dele para uso próprio como se fossem de facto meus os feitos que proclamo, quando na verdade reconheço que sou pessoa menor, que se resume a um acto estúpido e egoísta mas que mais não faz pela ataxia a que me acho votado, isto constitui um duplo golpe, primeiro porque essa estupidez e egoísmo afasta de mim o melhor do mundo e segundo porque o mundo percebe e elimina aqueles que nada dão e apenas retiram… décima lição, a humildade não é por si só um sucesso, mas apenas um caminho de interpretação que muitas vezes conduz à morte das vaidades, das falsas ilusões, e à sinceridade que destrói aquelas lentes distorcidas que o orgulho, a vaidade e as motivações erradas colocam à nossa frente e que caleidoscopizam o que é, na verdade, real.

Qualquer pessoa é insubstituível. Não tenho na minha curta experiência memória de duas pessoas tão idênticas que se pudessem mutuamente substituir de modo a cada um na sua vida não notar que um ou outro a viveria de igual modo. Por isso é que é tão difícil perder alguém, sobretudo quando esse alguém é tão especial para nós, nos compreende tão bem… Não encontro, ou encontrarei terapias de substituição para as pessoas querem passar na minha vida, não existem…

Não está na minha natureza desistir, não está na minha natureza conformar-me, não está na minha natureza vender os sonhos, a força o sentido, pela magia fácil e ilusória da evolução… Não quero crescer, ser maduro, ser muito à frente se quando olho os meus olhos perdidos no espelho e não consigo ver a verdade em mim, não quero perder esta chama, esta força, eu não vou ser metade de mim!
C’est le destin… programado desde a mais tenra idade, desde o mais precoce sentido, conheci-te e encontrei-te para além do tempo e dos lugares comuns, estar contigo era sempre um reencontro, e cada partida era sempre um até já… nada no mundo nega o que penso, nada em ti me desengana de ser… a minha programação é esta e está lá, eu não me venço, não me vendo, não me troco, não me esqueço, não me conformo, não cresço, não choro, não me perco… e não posso deixar de te amar.

“Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exlui
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.”
Ricardo Reis

A minha natureza é ser sincero, ser integro, ser inteiro… este é o caminho, este é o verdadeiro The Way… por muito que o mundo contrarie as nossas escolhas e opções, por muito que isso seja mau, nada é pior do que deixar de sonhar, perder a chama, e sobretudo perder a integridade de saber que colocamos em cada acção e em cada palavra a força, a história e o sentido que nos definem… já lá estive sei como é mesmo mau…
Vou olhar no espelho e saber que me reconheço, sei que não vai ser o mundo lá fora a ditar o que sou, o que penso e o que sinto, não estou à venda ou me troco por realizações fátuas e confortos da alma, vivo para a verdade em mim e mais importante sei o que sou, sei qual é essa verdade em mim.


O meu sonho: os meus avós viveram casados 52 anos. Quando comecei a conhecê-los no ocaso da sua vida encontrei neles lições que perduram por toda a vida. Da minha avó aprendi a amar incondicionalmente, a ter um coração maior do que a alma, a ter um coração que todos podiam reclamar como inteiramente seu sem no entanto nenhum o possuir, aprendi a sorrir de dentro, aprendi a dar, aprendi a desculpar, aprendi que o amor é assim um grande avental onde podemos encostar a cabeça e chorar, onde cabem todas as culpas, todas as tristezas, sem nunca diminuir de intensidade, sem nunca vacilar. Do meu avô aprendi a sorrir com prazer, aprendi a força, aprendi a teimosia, aprendi a lutar, aprendi o sentido de humor, aprendi a sabedoria aquela que não se encontra nos livros mas que nasce aqui de dentro e explica o mundo. De ambos aprendi o que era o amor, ok ok, a minha avó dizia que o meu avô era um rezingão, o meu avô dizia que a minha avó era uma fresquiteira, mas eu vi o brilho nos olhos de ambos quando regressado de um dos seus passeios o meu avô desencantou um raminho de flores que foi colhendo para lhe oferecer, eles ensinaram-me que o amor é um sítio onde nem sempre é primavera, onde as pessoas têm defeitos, onde os erros acontecem, mas que também é um sítio, ou melhor um mundo, composto de força e sentido, onde o conhecimento se usa para intuir, compreender, onde lutar cada dia é o mais importante, onde sonhar é ser livre, onde a rotina não tem lugar, onde as desculpas acontecem naturalmente sem o peso da culpa toldar a visão e desviar o olhar, onde a felicidade acontece através da felicidade do outro, onde dar é aumentar o que se tem, onde se gosta dos defeitos das coisas estranhas e bizarras e que são essas coisas estranhamente que em cada dia nos motivam para amar ainda mais, lutar, persistir. Eu aprendi, não me quero esquecer, e sobretudo quero viver, viver para sentir que um bocadinho deles vive em mim e superou a sua morte, quero amar assim. E cada beijo meu vai ter o sentido que encontrei naquele beijo ternurento que o meu avô deu à minha avó quando a foi visitar ao hospital, o meu olhar vai ter aquele brilho, a minha luta diária vai ser como a deles, os meus sonhos não vão soçobrar ao medo, só assim serei eu…


O ciclo está quase a terminar… numa explosão de força e energia, fogos de artificio da alma, sei lá… quando o estrilho passa uma ideia permanece… parece que tudo o que vivi nesta semana me aponta o sentido e a verdade, é engraçado como o mundo nos prova que mesmo caprichoso há algo de extremamente linear na sua acção… e se talvez reduzíssemos à simplicidade inicial tudo o que existe em nós, se conseguíssemos por uma vez ser simples e directos, perder o medo de arriscar, perder o orgulho, o artificio, a vaidade o caminho abre-se naturalmente, e de novo faz sentido…
Preferimos antes as rotinas que nos amparam os receios e a ataxia, preferimos ser grandes e maduros, muito à frente nos nossos desígnios… onde está o sorriso que alimenta o sonho? Perdido numa noite de Verão? Nada se ensina, tudo se aprende…

…deixa que a palavra amadureça
e se desprenda
ao passar o vento que a mereça!

Um novo ciclo inicia-se formalmente amanhã pegando em resquícios de actos passados, na verdade nada se inicia, antes parece prolongar-se em mim, marcas indeléveis do meu carácter que me definem e enquadram o real…
Um ciclo que só fará sentido através de um modo que talvez nunca chegará, a minha coragem chega apenas à acção nunca à intenção concreta de deixar concluir um projecto que apenas fará sentido se for de facto concluído.
Ciclo/projecto/momentos: simpleman, casa (vem fazer de conta), quero…, Mondego, preto e branco, cor, formiga flor, sucesso, partilha, praia, caixa, noite, rede de pesca, liberdade.

Saturday, April 22, 2006

o pá, trabalho!

Avisam-se os visitantes deste espaço (ocasionais e frequentes) que na próxima semana n vai haver posts novos, nem actualizações, nem sequer vou poder ver o meu blog...
Alas, o trabalho assim obriga, já sabem até ao meu regresso para férias, contentem-se com o histórico ;)


até lá, um abraço ou um beijinho conforme a vossa preferência!

Thursday, April 20, 2006

Protége-moi

C'est le malaise du moment
L'épidémie qui s'étend
La fête est finie on descend
Les pensées qui glacent la raison
Paupières baissées, visage gris
Surgissent les fantomes de notre lit
On ouvre le loquet de la grille
Du taudit qu'on appelle maison

Sommes nous les jouets du destin
Souviens toi des moments divins
Planants, éclatés au matin
Et maintenant nous sommes tout seuls
Perdus les reves de s'aimer
Les temps où on avait rien fait
Il nous reste toute une vie pour pleurer
Et maintenant nous sommes tout seuls

Monday, April 17, 2006

para a minha avó!...

...e então chegou o dia em que me ri...

E conheci por inteiro como é vã esta ânsia por ser, por ter, por querer, por erguer palácios de vaidades e orgulhos...
"be a simple kind of man/be something you can understand..." diz a minha música preferida (simpleman, Blind Zero)
É só isso que importa...
Quando a minha avó morreu vi como sorria quando me disse: "meu filho, já não vou melhorar" sorri por saber que não era pela vaidade que chorava, mas sim por todos os momentos partilhados, pelo sentido de humor do meu avô que a minha avó via em mim, pelos bifinhos que ela grelhava com amor quando havia peixe cozido, pelas palavras que ela me disse quando me despedi para ir para o Porto...
E agora que ela partiu vejo como as lágrimas que choro me sabem a sal porque sorrio, sorrio porque ela me ensinou a dar algo, que nenhuma morte apaga...
E sinto que lhe falho, a cada instante em que preferi o orgulho, o sucesso, o dinheiro, aquelas coisas tão simples, mas que dizem tanto de nós...
Odeio desiludir e se for verdadeiro...
Desiludi tanto a tanta gente, mas o pior foi quando me desiludi a mim mesmo e no processo desiludi o meu amor...
E essas são lágrimas que se choram sem sorrisos...
São lágrimas que sabem que se erra, para além do admissível... não está errado errar, está errado é não tentar... e perder a força como quem perde os dias em rotinas e processos...
Como quem levanta castelos e se esquece que são feitos no ar, porque em nada assentam excepto coisas vãs, como a vaidade, o orgulho, coisas que dependem do exterior, um exterior que é feio, imperfeito quando não o obrigamos a fazer sentido através daquilo que somos...
E no final de tudo, as ruinas que lá estavam eram as minhas para aproveitar as pedras para o que não importava e o que restava era uma pálida imagem de mim...
E o monstro que era...
E mais uma vez aparece a minah avó, materna, com um coração que explode de amor e tudo perdoa, tudo sabe, porque ama para além das razões...e quero voltar a esconder-me no seu avental como quando era puto, deixar que ela me enxugue as lágrimas e me diga como só ela dizia, estás perdoado!
Dir-lhe-ia eu sou um monstro avó, vê o que eu fiz, vê como errei, vê como neguei a justiça, o sentido, vê como sofri e fiz sofrer por ser assim, tenho vergonha, tanta vergonha...
E um coração que se abre como uma nascente, sei que não lava mas perdoa, e acredita, mais do que eu...
E me mostra de novo o sentido...
Como pude esquecer e deixar de ser eu?


P.S. - hoje comprei bilhetes para o superbock superock, obrigado avó!

Friday, April 14, 2006

Lição de voo nº 1

Andei, perdido, por caminhos sonhados para mim que nunca quis percorrer, por caminhos que se traçam para provar coisas que nada significam...

E se agora me parecem errados, que mais posso fazer excepto lamentar?

Podendo voltar atrás, faria as coisas de outro modo... pelo amor eterno que enterrei debaixo das ruinas de mim próprio, pelo ocaso da minha vontade e energia, pela preocupação em excesso por vaidade, sucesso, dinheiro, pela injustiça com que tratei quem a meu lado tentava lutar por mim, pelo erro impresso na rotina, no tédio...
E não posso...
Nem posso reclamar a mim próprio a perfeição, mas apenas a tentativa...
Nem posso reclamar a mim próprio a força que não tinha para me levantar, mas sim a cegueira...
E há lições que só se aprendem assim, a bater de frente na parede, mesmo lamentando ter apanhado alguém no caminho...

Descolar:

Agora que de novo me dizem bem vindo, que reaprendo aquilo que nunca esqueci mas apenas deixei em segundo plano, peço desculpa como um Adeus...

piada:

"na escola pergunta a professora ao joãozinho: joãozinho, a quem devemos o pinhal de Leiria?
ao que o Joãozinho responde: bolas professora, ao final de tanto tempo ainda o estamos a dever, já não o pagamos?"

moral: as coisas boas que se fazem não são eternas, apenas dando o nosso melhor a cada dia, podemos ter algo de bom :)
uma amiga disse-me, com razão, que as coisas más também são assim...

Peço desculpa, e arrependo-me, em mim não há só mal, nem apenas bem, a lição é fazer o melhor a cada dia que passa...
E se há quem me remeta para o terreno casual, por exigência e perfeição auto impostas, de "moço mau" é porque não vê a bigger picture...
Houve um tempo em que dei o melhor de mim, talvez não chegue , talvez o meu pior o tenha ocultado...
O meu mal não vai desaparecer pelo bem que fiz, nem o meu bem igualmente desaparecerá pelo mal que pratiquei...

Lição de voo: o orgulho e a vaidade morreram para mim, já nada interessa, o bom e o mau coexistem em mim, assim como existe a força para fazer e dar sempre o meu melhor, se aprendi a lição demasiado tarde, aconteceu, peço desculpa sentida, e levanto voo...
e nunca me esqueço do sentido...
desculpar é reconhecer, acreditar, viver,... desculpar é ser maior...
desculpar é matar o orgulho a vaidade...
e não vivo da culpa, já me desculpei, não vou crashar para provar que estou errado...
vivo para dar o meu melhor, vivo para ser, sentir, rir, respirar... e voar!

Outra prenda...

Saí de casa, um mendigo que habitualmente passa na minha rua interpelou-me pedindo um cigarro... puxei do maço, dei-lhe um enquanto me desculpava por não ter lume e lhe desejava uma boa noite, este homem, depois de ter acendido o seu, estende-me a mão com o isqueiro e diz-me: "podes ficar com o meu!"

e um Homem, que sobrevive nas ruas do Porto, sem casa, sem coisas, muitas vezes sem comida, dá-me algo de seu...

Não foi o isqueiro em si que me emocionou, irei guardá-lo como uma das coisas mais bonitas que recebi... a importância do que se dá pode ser medida não pelo valor da coisa em si mas sim pela importância das coisas que se dão...

uma grande lição de humildade, de reconhecimento e de entrega...

foi das prendas mais bonitas que me deram,
retibui com um sorriso, uma palavra amiga, 2 cigarros...
uma troca em que ambos ganhamos!

(acho k foi este o sinal, um grande obrigado à Lua, habitat de uma pessoa mm mt especial ;*)

Tuesday, April 11, 2006

o fim...

Há sempre uma altura em que os sonhos não bastam e em que a realidade se sobrepõe...

Um dia fui feliz, imensamente feliz, um dia em que o mundo fazia sentido e os valores eram claros... depois veio o sucesso, o orgulho, o dinheiro, as vaidades, e os sonhos desapareceram vendidos, trocados por momentos fátuos e realizações estúpidas, em coisas que não valiam a pena...
Podia ter lutado, mas passavam-se os dias e os silêncios prolongavam-se, já não ouvia a chuva a cair preocupado com o concreto, e ao meu lado desaparecia a minha alma gémea, e eu sem encontrar nela o que outrora me parecia tão claro, aquela força que fazia o mundo fazer sentido (run the tests, i know)....
A luta era vã e os dias rotineiros, esperando sempre por sonhos que não chegam, esquecendo que lutar cada dia é a única maneira de fazer os sonhos realizarem-se...
E esvaziado de vontade, de sentido, de vida, assistia a como lentamente me degradava em lutas vãs, por tudo, excepto por aquilo que importava...
E porquê? Porque o orgulho, vaidade e teimosia são sempre arenas de pessoas fracas e impotentes, porque o bom que havia em mim se desconhecia, se ocultava, perdido num olhar acusador, implorando por um mimo, uma palavra, um beijo que poderia dar sentido, ser sentido, e não chegava... sem nunca pedir perfeição...
A rotina degrada, corrompe, o meio prostitui, quando viver é passar mais 1 dia, quando os objectivos se perdem, o que resta senão um bocejar constante?
Procurei aquilo que apenas encontrei no fim, estranhamente porque a pessoa que possuia as respostas, afinal as recusou, e me pesava como um lastro, como um problema sem solução, como um peso sobre o meu peito, sem respirar...
Vivo agora com o sentido de que fui feliz um dia, e tudo quebrou, vivo para desacreditar, vivo, o que é bastante diferente de sobreviver...
A poeira das vaidades, dos orgulhos, dos sucessos que agora tudo cobre como para me lembrar que não serão estátuas rígidas, imutáveis, processos, conquistas o melhor tributo a mim... Apenas estou aqui para dar, dar sempre, viver, intenso, real, uno, nunca ser metade de mim naquilo que faço e imprimir no coração e alma dos que me rodeiam, um pouco de acção, um pouco de bem, e ter em cada sorriso esse tributo a mim...
E quando a poeira pesa, e de novo me inclino no precipicio pessoal, vejo como me arrasto de novo para questões insolúveis, para coisas más que nunca deveriam existir, para um vazio de sentido e sentimento...
Não tenho mais nada para te dar, meu amor, nada porque lutar, nada para fazer sentido...
E não, não serei o melhor, não serei eu quem de novo te dará vida, te mostrará o lago e nele reencontres a tua face, o teu melhor, não serei eu que te deixarei respirar...
E um sentido outrora tão claro perdeu-se para não mais se encontrar, uma alma partida, esquecida do seu melhor, mas que prossegue para lutar mais um dia...
O sentido perdeu-se e deixou sonhos por cumprir, uma luta por fazer, o melhor por dar...
TEMPS EDAT RERUM
E quando estava a desaparecer no templo, fundido com a areia que me amparava a queda, uma voz ouviu-se (e cantava!) uma mão estendeu-se...
E eu desacreditado nas forças que me poderiam levar a agarrá-la, vacilei...
E um latido escutou-se, o sincronismo aconteceu, o mar devolveu a paz, o vento deixou ver as estrelas...
O sonho incumpriu-se
Incumpriu-se uma vida
Mais uma vez sou inteiro
Para viver!

Monday, April 10, 2006

como faz sentido...

Adeus - Eugénio de Andrade
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,e o que nos ficou não chegapara afastar o frio de quatro paredes.Gastámos tudo menos o silêncio.Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,gastámos as mãos à força de as apertarmos,gastámos o relógio e as pedras das esquinasem esperas inúteis.Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;era como se todas as coisas fossem minhas:quanto mais te dava mais tinha para te dar.Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.E eu acreditava.Acreditava,porque ao teu ladotodas as coisas eram possíveis.Mas isso era no tempo dos segredos,era no tempo em que o teu corpo era um aquário,era no tempo em que os meus olhoseram realmente peixes verdes.Hoje são apenas os meus olhos.É pouco mas é verdade,uns olhos como todos os outros.Já gastámos as palavras.Quando agora digo: meu amor,já não se passa absolutamente nada.E no entanto, antes das palavras gastas,tenho a certezade que todas as coisas estremeciamsó de murmurar o teu nomeno silêncio do meu coração.Não temos já nada para dar.Dentro de tinão há nada que me peça água.O passado é inútil como um trapo.E já te disse: as palavras estão gastas.Adeus.

Sunday, April 09, 2006

Baião tour 2 histórias, lol

1ª: a história do desaparecimento

como desaparecer: "primeiro encontramos um gato preto, mas tem de ser todo preto até o focinho, depois levamo-lo até ao cemitério à meia noite e matamo-lo dizendo umas palavras que eu não digo agora, depois metemo-lo num saco e enterramos no quintal da nossa casa juntamente com 3 favas. Temos de o regar todos os dias mas só à meia noite, parece fácil mas não é ninguém consegue, porque o demo tenta-nos não quer que a gente fique invisível e nós vamos regá-lo mas aparece-nos à frente cobras gibóias e bois assim bois e leões, tudo mandado pelo demo, mas se conseguirmos que nasça alguma coisa pegamos numa fava e metemos debaixo da lingua e dizemos ninguém me vê, e desaparecemos!!!"

2ª história: censurado

the blue brothers are the dumbest guys alive!!!!!!

k grande vida!!!! Obrigado Paulo pela frase, lollololololololol

Saturday, April 08, 2006

acordar...

Tenho de acordar/tenho de me levantar/tenho de fumar/tenho de me lembrar/tenho de recordar/tenho de sentir culpa/tenho de me revoltar/tenho de provar/tenho de me sentir mal/tenho de não me esquecer/tenho de escrever/tenho de sentir que sou mau/tenho de pensar que estou deserto/tenho de ter saudades/tenho de imaginar futuros lindos para outros/tenho de pensar que sou apenas mais um/tenho de pensar que a culpa é sempre das pessoas feias/tenho de pensar que as pessoas bonitas não erram e tentam suportar os erros dos outros/tenho de pedir desculpa por coisas demais/tenho de agradecer/tenho que ser pó/tenho de me conformar a fazer parte do mundo que oprime as pessoas livres e bonitas/tenho de pensar que será outro melhor, mais perfeito, mais bonito/tenho que negar/tenho de sentir saudade/tenho de me convencer que o caminho é perfeito/tenho de me convencer que são sempre os outros nunca as pessoas bonitas/tenho de me conformar/tenho de reinventar a história/tenho que desacreditar/tenho de aceitar que quase ninguém acredita em mim/tenho de sentir falta de um desculpa/tenho de ter a certeza/tenho de ver pessoas perfeitas/tenho de ver o orgulho/tenho de ser um peso/tenho de me lembrar novamente/tenho de replicar o passado e saber que as pessoas bonitas por muito que percam nc estão muito tempo sós/tenho de ter um palácio de vaidades pessoais...

...a dor...
...a revolta...
...a inveja...
...a culpa...
...as adicções...
...as certezas...
...as percas...
...as racionalizações...

Acordar como quem reinicia um computador demasiado cheio, e assiste ao reiniciar de velhos programas e funções impressos em mim, até estar pronto a agir,

está sol, quentinho, vou ao meu templo, deitar-me na areia, o meu café, como estará o tempo na Guiné? logo jantarada! tenho de organizar as minhas playlists, e ir ao curso...

:)

Friday, April 07, 2006

O meu templo

Este é o meu espaço de adoração, ao divino, ao eterno, que existe para além do concreto, do real...
Este é o meu templo, o meu espaço de sincronização. Em dias bons sinto como o meu ritmo cardiaco, os meus pensamentos, os meus sentimentos se tornam unos com os seus elementos. Em dias maus assisto a como silenciosamente o mesmo mar, o mesmo vento, a mesma areia persistem indiferentes aos pequenos dramas e às grandes tragédias...
Eu sou estas ondas, a água que bate na areia para depois recuar
Hoje é tempo de recuar
Mas sei que um dia vou voltar a esta praia
Para novamente recuar
Este é o sincronismo

Wednesday, April 05, 2006

seda...

por isso...

e a chuva caiu quando vieste bela até mim, chovia em mim, como quem chora por reencontrar de novo a sua parte mais bela, o seu pedaço perdido... como os teus olhos brilhavam por entre um campo negro e flores vermelhas, como era fácil sorrires, quando eu trazia a praia até ti e deixava o silêncio ocupar-se dos espaços, do tempo, tudo para te ver, tudo para sentir, tudo para viver... o amor será isto? e que importava quando as palavras e os sorrisos se prolongavam no tempo, como quem esqueçe o amanhã, e sabe saudar o dia que chega com o sentido que tem... quando sorrias, quando falavas, quando andavas, via como a minha alma divagava como lenço preso a cada inflexão da tua voz, do teu sentido, da tua liberdade para ser... e perder-me em ti como quem se acha, completo e uno, o mundo fazendo sentido, ou tu obrigando o mundo a fazer sentido, ou a minha voz que se extingue, a cada voo que faziamos juntos, para cima, para o espaço, para o mundo, que não era daqui... e eras o meu espelho, por cada memória integrada, cada sentido que tinha, por um pormenor interessante... conhecer e desejar, amar e sentir, sem palavras, como um espaço demasiado grande para ter forma, e que variava a cada momento, a cada instante mas sempre com o mesmo rumo... e sabias a menta e a mundos longinquos, o teu perfume era uma brisa que passa e tinha mar, e rios, e espaços e terra e fogo, e o teu olhar era limpido através de mim, e a tua pele que parecia fundir-se com a minha e que nenhuma cicatriz mudava, e eras a vertigem em mim, e ao mesmo tempo o sentido, o meu espaço, o meu mundo...


e agora...
"You're always ahead of the rest
When i'm always on time
You got A's on your algebra tests
I failed and they kept me behind
i just gotta get of my chest
That i think you're divine
You're always ahead of the rest
While i drag behind..."

Tuesday, April 04, 2006

DJ! EVERYBODY MAKES MISTAKES (LCDSS)

Playlist do meu sonho de Dj:

Lcd Sound System: tribulations; Chemical Brothers: out of control; Faithless: insomnia; Juliet: avalon; Fatboy Slim: funk soul brother; Prodigy: smack my bitch up; Fatboy Slim: right here, right now; The White Stripes: seven nation army; Da Weasel: toda a gente; Faithless: god is a dj; Lcd sound System: daft punk is playing at my house, disco infiltrator; Chemical Brothers: galvanize; The Pixies: here comes your man; Mind da Gap: bazamos ou ficamos...

depois passava a bola ao Pete tha Zouk, para ele continuar, lol

já sei sou um azeiteiro, e não se esqueçam comprem estes cd's todos para apoiar os artistas, as familias dos artistas, os animais de estimação dos artistas, o jardineiro, a liga contra o cancro, o jardim zoológico, o governo nacional, a Tvi, e demais organizações beneméritas..

Directamente de Coimbra:

O meu Gato

Vem até mim
Filho da puta
O meu perfume de atum
Que já te atrai
Ronronar parvo
E depois de satisfeito corres
Até ao parapeito que te apaixonou
Cabrão
Mandas em mim
E sou teu dono
E gostas de fazer de mim parvo
Quando te finges surpreendido
Por me encontrar
Num qualquer jogo das escondidinhas
Gato
Negro, listrado, pardo
Lingua vermelha
Orelhas mansas
E esse sorriso de quem troça de mim
Meu gato
(e desculpa o artigo)
Foges pelos cantos
E como eu vives da noite
Oiço como lá fora
Gatas ciosas
Miam teu nome
Invejo-te
E sei
Sou mais teu
Do que tu és meu!

Sunday, April 02, 2006

Parêntise entre reflexões: dia 2 de Abril, 2006 11h53

Disseste um dia que o pior sentimento que poderias ter por outra pessoa seria a indiferença, não sei o que fiz para merecê-la, para vivê-la assim de perto...

Eu que tudo dei e tudo perdi, remetido para o jardim dos silêncios e esquecimentos cortado pelo punhal frio e cruel da indiferença e que pensa, irremediavelmente em novos prismas de observação e culpa própria...

E eu sei e quero que sejas tão feliz, tão feliz como eu desejaria que tivesses sido comigo, e eu sei que vais, ser do império dos sorrisos apenas emergem vencedores, talvez por caminhos impróprios te levem lá, por caminhos que sonharam para ti, aprisionada na gaiola que aprendeste a amar como tua, quando respiravas, era simples e fácil amar-te, natural até, e sentia correr para ti como um rio todos os sentimentos todos os sorrisos...

as pontes partiram-se à força de tanto orgulho de tantas conquistas, as pontes partiram-se para nos ensinar a humildade, o preço que pago é sempre demasiado alto, pela tua indiferença... um sentido que se esgota e não reaparece, uma pessoa que se desconhece...

Deixaste-me a promesa e o sorriso, e o melhor de ti, que voltará, para que sejas muito feliz, deixaste-me igualmente a impressão de perder, de sentir que me desfaço a cada passo e que o caminho futuro, é simplesmente para longe de mim...

Parêntise entre reflexões: dia 2 de Abril, 2006 3h05

o dia marcado a fogo em mim, o dia que diz no seu decorrer mais do que mil vidas...

O destino diria que passaria este dia contigo, e cantaria os parabéns como quem canta um canto de vida, beijar-te-ia os lábios bons e faria festinhas no cabelo, assistiria maravilhado e ajudar-te-ia a rasgar o papel de embrulho enquanto via o ar maravilhado com que abririas a prenda perfeita para ti. Depois abraçar-te-ia e sussurraria amor, olhando nos teus olhos, premeter-te-ia a minha vida por ti para ti, e descansadamente após um acto de amor, adormeceria bem juntinho a ti enquanto te sentia respirar. Acordava contigo e como sempre diria que estás mais linda ao acordar, mais linda do que após a produção. Ria-me contigo e faríamos o mundo fazer sentido enquanto viamos a nossa vida a passar numa parede branca, tão perfeita como nós, tão linda como esta dedicação intima e sabedora, de almas que antes de nascer já se encontraram...

O mundo quis o contrário...

Eu sempre fui inteiro para ti, desculpa se o meu melhor não chega, nunca chegou, desculpa se te magoei...

Mais uma vez fomos receptáculos imperfeitos para um amor demasiado puro, o nosso destino há-de cumprir-se um dia, sob outro céu, quando redimidas do pecado original as nossas almas de novo se encontrem, num futuro, onde o que reste de nós seja pó, cinza e nada...

Saturday, April 01, 2006

Reflexões: acto nº 3

Uma amostra do mundo real.

Um grande amigo meu disse uma vez que o que move o mundo é a informação. Dei-lhe razão na altura, mas gostaria de acrescentar uma coisa. A informação move de facto o mundo, mas numa direcção única, move o mundo em direcção ao proveito.
Uma história, daquelas que se aprendem com o contacto directo e sem complexos de idealidade com o mundo real, é assim:

uma pessoa sobe até atingir o nível máximo da sua incompetência, isto é uma grande verdade, o orgulho do que se consegue, em trabalhos sacrificados para proveito de porcos abastados, que se dedicam nas suas mansões de luxo a violar rapazinhos junto de piscinas interiores aquecidas, os mesmos que contam acções e ebita's em ThE. Mas o proveito é mútuo, entre a riqueza e o proveito pessoal de afagar o próprio ego, entre realizações pessoais e fortunas... distância do real que utilizamos em proveito próprio em proveito de empresas tão distantes...
pensei um dia, as empresas pertencem a pessoas, por isso nc se podem distanciar do ser humano.ERREI! Na verdade as empresas são organismos independentes que se alimentam de pessoas e as vampirizam do seu melhor, angariadores, aspiradores de vontade e recursos, parecem existir independentemente do real...
uma pessoa com uma doença terminal, casado pai, de um filho engraçado em plena puberdade, uma mulher espantosa ao lado dele, a fome que passam, o futuro de que se privam, tudo em nome de opiniões de DRs respeitáveis e imensamente sábios... um individuo que vive e respira e se agarra a vida com a energia e com o amor de quem não quer perder nenhuma oportunidade de se sentir orgulhoso do seu filho... um pai que sabe que o seu coração está a parar, mas que mesmo assim não resiste e move a sua cadeira de rodas até uma reunião de pais para que lhe digam que o seu filho foi o melhor a Inglês...irá sorrir mesmo que lhe seja impossivel articular qualquer palavra, sabemos pela lágrima que deixa escapar que a morte que o persegue o não conseguiu vencer...e passa fome e sabe que não pode comprar aquele estojo de pintura que o filho tanto merecia, ou aqueles brincos lindos para a melhor esposa do mundo, sabe que a solidariedade nacional fica nos bolsos daquelas grandes empresas multinacionais que vendem salvação em comprimidos coloridos, sem saber que 90% do que paga se destina a jantares opulentos em restaurantes chiques para os senhores doutores em quem tanto confia, se destina a pagar viagens, table dances, jactos privados, iates pessoais, de pessoas que estão demasiado distantes para sequer se importarem...
um senhor morre e eu começo a ver como a mulher enlutada consola um filho que perdeu o pai, e estou do outro lado, recebo os parabéns por mais um sucesso, e meço os meus passos por lucros e dividendos, crescimentos de 6% e objectivos de multinacional, recebo prémios ensanguentados, dinheiro sujo, que não comprou pão, que não comprou uns brincos, que não comprou um estojo de pintura...
Vejo os sorrisos de quem venceu e cumpriu, e vê como somos bons e ricos e com tanto sucesso...
e o real pinta-se a negro e a castanho do caixão...

Sabem pq as empresas tem técnicos de qualidade, higiene e segurança?
porque se preocupam com os empregados... NÃO!
MUITO SIMPLESMENTE PORQUE É MAIS BARATO CONTRATAR UM TÉCNICO DO QUE PERDER UM EMPREGADO, E PORQUE O Nº DE ACIDENTES/Nº DE DIAS PERDIDOS POR ACIDENTE É UM FACTOR QUE INFLUENCIA A COTAÇÃO NA BOLSA...

as pequenas tragédias pessoais trituradas na grande máquina global...

Reflexões: acto nº 2

Dreams and Fairytales



What went wrong so fast?
And now we’re lying
Hoping that we can trust
In our own lies,
Dreams and Fairytales,
Another word of promise
All went down
And within the last sound
A crystal picture of you appear
And I’m trying
Trying don’t believe my own lies
And your arguments
Are just gonna make me sad
Dreams and fairytales,
Are past for you
For me, their just bounds
For future
That lay inside of us,
All is gone now,
With the world that comes around us,
The same world we’re leaving
Shattered world
Inside of it no trust
No lies
And a big, long silence.
You came to me,
And with a beautiful smile you said,
«it’s all right don’t have afraid
just come and sit next to me
and say you love me.
I’m telling you all my past for you can fix it
And I’m trusting all of my future for you to share,
Just say a lovely word, and say you don’t leave,
Kiss me, and make me feel
Like a woman, your woman»
And I did,
Sacrifices are a small price to pay
For all that’s inside of me,
Tears are just the lake
From which Dreams and fairytales emerge
All the words you said,
And all the moves I made,
Just and once for all
For dreams and fairytales