Monday, September 25, 2006

Energy


Não, não me impressionas com o teu casaco da D&G, e muito menos com o olhar descrente com que miras para um carteira da Versage...
Podes sacar dessa caixa prateada um cigarro asséptico, com um filtro esbranquiçado e uma boquilha ligeiramente apertada, não me impressionas...


Caminho entre o fio que medeia
realidade e ilusão,
definindo a cada gesto
de que lado ficas,
se do bom,
se do mau...


E ESTOU FARTO DE CINZENTOS!

Há uma réstia de energia que me acorda de manhã.
Há uma réstia de energia que se escapa aos espelhos...
Há nos meus olhos um momento...
só um momento...
só um momento...
Há uma altura, em que me centro, no qual naufrago
Há uma energia no ar, algo que me escapa esta noite
Há um descontrolo que porém se extingue
à noite, sempre à noite, sempre noite

E de algibeiras cheias, me concentro, em inventários
de coisas velhas, passadas, de mim
e de algibeiras cheias não espero
não esperam
por mim

Cheias as mãos estão de um amor universal,
que é esquálido e frio e se reserva...
em contemplações narcisistas de si
cheias de amor, e vazias de carne, de pele, de sangue, de ossos, de veias, de sangue!
cheias de um amor que nada alcança, cheias de um amor...
E com a mesma energia, parada, estagnada
que se retém, e persiste, e vicia, e se torna
um espelho de mim...

Hoje o meu corpo é um rio...
hoje o meu corpo é frio e descansa, hoje...
hoje o amor escapa-me entre os dedos (que apertaram demais!!!)
hoje a energia flúi...
hoje o meu corpo é um rio...
hoje o meu corpo descansa, indolente, hoje o meu corpo flutua...
a energia é tanta...
a energia é demais...
a energia esgotou-me...

Acordei
algures a energia fez o seu sentido final
e transformou-se em amor
(e de tanto bater o meu coração parou...)


AKA
Confissões a um espirita e a um viking d'outros tempos.

Saturday, September 23, 2006

Linda Martini - Amor Combate

A minha nova banda Fetiche, tocam mesmo bem, e estão para lançar o album de estreia (só têm 1 EP lançado) através da Naked.
Para conhecerem mais visistem:

http://myspace.com/lindamartini

Monday, September 11, 2006

Statement

O que é um Blog?

Para mim é um espaço pessoal onde colocar aquilo que os meus pensamentos ou emoções ditam em determinados instantes.
São portanto resultado da minha experiência que pretendo partilhar com o mundo e por esse motivo é que os escrevo.
Essa partilha pretende, antes de mais, que os textos aqui incluidos sejam interpretados e absorvidos por quem visita este blog segundo a experiência e a sensibilidade de cada um, esperando que possam agradar ou pelos menos mexer na mente e corações de quem é importante para mim.
Não pretendo que este blog sirva, como aconteceu recentemente, para extrapolações mais ou menos intensas sobre "o que eu queria/deveria dizer era...", a liberdade é um bem precioso que pretendo implementar na minha vida e na minha escrita.
Como tal, peço a quem geralmente comenta o meu blog, que compreenda as restrições que agora impus como algo necessário. Prescindir dessa liberdade seria uma condenação imediata deste blog e de tudo o que representa para mim.

A todos os que visitam o meu site, um enorme obrigado e uma palavra de humildade para agradecer por todos os comentários agradáveis que colocaram aqui.
Se com um texto meu consegui comover, ou pelo menos tocar em um de vocês acredito que essa já é razão que chegue para me orgulhar do que fui escrevendo.

Para já, este blog está suspenso.

A "gerência"

Friday, September 08, 2006

Mentira.

Mentiste-me!

Não me venhas com desculpas, contar apenas meia verdade é tão só mais uma maneira de mentir...
Olhaste para a minha mão e começaste a desfiar conclusões acerca do que vias nas suas linhas, acabada de me conhecer através de uma série de acasos incrível parecias capaz de pronunciar sobre mim, algumas verdades que eu próprio não encontraria...
Chamaste-me louco, mas esse foi apenas o início da viagem que se seguiria, o inicio daquela viagem que me conduziu aqui, foi apenas a primeira coisa que viste, mas apesar de me definir foi talvez a coisa mais insignificante que me disseste.
Mentiste...
Mentiste...
E conduziste-me aqui, como uma daquelas marionetas que nos observavam naquele café em Bruxelas, como uma daquelas figuras sentadas no parapeito de um muro de madeira que nos rodeava, mas, ao contrário do que seria exigido, não contaste o argumento da peça que representava e que tu habilmente conduzias a milhares de km dali... não, tu preferiste mentir-me e contaste-me o final antecipado quebrando a surpresa das revelações com tanta intensidade que o que me restou foi pensar que falavas de coisas passadas, quando tu, com displicência, falavas de coisas futuras...
Mas porquê? Perguntote agora que tudo foi revelado para mim. Se para além do resultado, sabias do caminho, porque não me contaste a história toda? Nunca te conheci suficientemente bem para adivinhar que retiravas desse pensamento sádico a fonte do teu prazer, dessa mentira que habilmente urdiste para mim qual armadilha onde inevitavelmente cairia para teu prazer pessoal...
NÃO!!!!!!!!!!!!
MENTISTE!!
E SE AGORA ME ATRAIÇOAS, SE ME EXPLICAS O DESTINO COMO INEVITÁVEL, SABES QUE EU SOU O PRIMEIRO A DIZER QUE AS COISAS QUE FAZES PARA EVITAR AQUILO QUE NÃO QUERES QUE ACONTEÇA SÃO PRECISAMENTE O CAMINHO QUE TE LEVA NESSA DIRECÇÃO!
E se me disseste onde iria parar, se o vias nas linhas da minha mão, porque não foste capaz de me explicar o caminho para lá chegar...
E sabias tão bem quanto eu que não haveria outro caminho, não havia outro destino, como naquele avião que nos trouxe, embarcamos muito antes, um acontecimento tão passado que já nos esquecemos de como foi, e depois faltaram os pára-quedas, quando a meio nos apercebemos que voávamos em direcção a um destino que não queríamos, e nos apercebemos, que a única saída seria num aeroporto gigantesco, metalizado, grotesco, a última paragem do nosso destino...até chegarmos ali, a um café perdido em Bruxelas, experimentando a 24ª variedade de cerveja, desta vez com sabor a frutos, rodeados de marionetas, rodeados de espaço, um espaço que ousamos transpor, quando naquele momento soubeste como transpor aquele espaço infinito que nos separava e soubeste como me agarrar na minha mão, e soubeste como ler nela o futuro tão claramente que julguei que falavas do passado...
E mentiste...
Porque apenas foste capaz de falar meia verdade, e deste-me um destino, sem um mapa para lá chegar...
E agora que me acho nesse destino, que tão antecipadamente previste (ou escolheste?) sei como me mentiste... por maldade... porque no final, o destino que sabias e me deste a conhecer é tão insignificante quanto o foi na altura o seu sentido, porque no final a verdadeira razão daquele destino sempre esteve ali, naquelas linhas, daquela mão, que seguraste como sendo tua mas da qual sabias que era minha, porque no final, naquela paragem que chamaste destino, fico parado junto às linhas, junto ao terminal do aeroporto, à espera de uma bagagem extraviada, e de mim, igualmente extraviado, perdido na viagem que tu viste nas linhas da minha mão...
Perdido...
É que tu simplesmente mentiste...
E nada seria diferente se tivesses contado a verdade...
Porque as linhas estavam ali, na mão que seguravas como sendo tua...


\me on Linda Martini, este mar

este post é dedicado a mim e à Sónia uma grande amiga e uma das pessoas mais interessantes que Erasmus proporcionou conhecer, este post fala sobre ela, e um café tomado num café perdido no meio de bruxelas, algures no início de 2004.

Thursday, September 07, 2006

Sad Empire



"Sad empire is shaking from the inside
Picks all the faces of last soldiers in battle
Says goodnight and sleeps, restless

Kill switch-mode, communicator presets
Quite obscure, the purpose is grateful

No one will keep silence apart from what I see coming in
I see the storm, it's rushing by
Reporting damage

Rainy hearts
And the sky is suffering from natural diseases
I hear sounds
And they clap their hands like if they
Wish to be seen

Take all the blame
My world apart
and the worst nightmare on earth
Take all the rest
My world apart
I will spin it backwards
Take all the blame
My world apart
And the worst nightmare on earth"

Sad empire, blind zero

Wednesday, September 06, 2006

Irreversible


Protege moi
Protege moi
Protege moi
Protege moi


Não, não sou um sujeito alinhado.
Não, revolta-me qualquer tipo de ordem, qualquer tipo de moral, qualquer tipo de regra, qualquer tipo de sarcasmo, qualquer tipo...
Não, ninguém me compra com um relógio, uma revista e um pin.
Não, ninguém me convence ao som de um piano e de um violino.
Não, ninguém me vende uma ideia com um discurso ensaiado.
Não sou um sujeito alinhado.
Sou avesso a qualquer ordem.
Sou recesso a qualquer obrigação.
Sou desgraçadamente, um sujeito não alinhado.
Sou o tipo que não acerta um passo.
Sou o tipo que pisa a sombra da bandeira, e recusa continências.
Não sou um sujeito alinhado.
Não me falem em lealdade, integridade, valores.
Sou o maior hipócrita que conheço...
Não é esse o caminho do sucesso???
Não me venham com motivações e empenho.
Não me torturem com direcções.
A sobreposição é uma virtude...
Não sou um sujeito alinhado.

Sou, sou, sou, o que um dia fui...

Sou, sou, sou, o que nunca serei...

Estou tão cansado agora...

A metafisica do esforço
a fisica do grupo
a terapia de muitos
a arma de poucos
o sangue, o sangue, o sangue
e o interruptor, e a chave, e o vidro
e a merda para as convenções
e as latas de tinta.

Sou, sou, sou
Um conformista esforçado
Um escravo agradecido
Um sujeito afável
Mas não conformado
Curioso como me lentifica o cansaço
Como se sobrepõe o esforço
Como se quebra o meu corpo
Como se cegam os meus olhos
e cansam os dedos...
E o que melhor fiz desaparece...
desaparece, vendido...
e fico cego, e cansado, e
com uma dor de cabeça que não passa...
mas que vende bem

Sou, sou, sou, sou
Sem querer ser
alinhado
sem querer ser
um selvagem.

Sou, sou, sou, sou, sou, sou, sou, sou, sou,
Um pecado.
Sou, não, não sou, sou, sem ser, sou, sujeito, sou, sem ser

(é que há sonhos assim, tão grandes, tão maiores que nós... tão grandes que nós nem chegamos a ser suficientemente grandes para os preencher...)