Saturday, April 05, 2008

Guide to a Moving Target

A antologia de 5 textos "Guide to a Moving Target" encerrará este blog.

A todos os que leram e comentaram aqui, um obrigado.

Será colocado em breve um link para o meu novo espaço.


Hasta...

5. Ghost Canyon

Version 1.5.

"Guide to a moving target"

Start... Now:

Já não vejo qualquer coisa de novo aqui já faz tempo...
Mas entretenho os dias com os rearranjos fúteis na ordem temporo-espacial das coisas procurando uma nova ordem aqui que me satisfaça...
Digo que cada coisa que possuo é feita de memórias, mas o que é certo é que tudo me pesa demais, e na realidade desfazia-me de grande parte delas sem olhar para trás.
As coisas mais importantes estão a um canto seladas, e o resto parece uma paródia inocente a um tempo que já passou.
Digo que estou bem aqui, porque conheço os cantos de memória, porque digo que me excito com o desfile interminável das coisas que aqui fiz...
Mas já não tenho espaço para coisas novas... e agora que faço?
Queria uma máquina de café, e mais do que um parapeito...
Queria começar uma garrafeira de brancos e outra de tintos e sem comprar nenhuma!
Tudo isto porque redescobri o prazer de salvar vidas... e tenho na ponta dos meus dedos uma magia especial cá guardada...
Por cada fluxo negativo explodindo em mim, como uma onda na praia, e ficar a ver aspergir-se lágrimas de sal em tudo o que existe e sempre existirá...

Mas eu tenho uma magia... na ponta dos meus dedos...

E um dia só por os conseguir estalar farei desaparecer desta casa o hábito e deste corpo o medo...

E vou espalhar como sementes as coisas novas que hão-de vir.
E hei-de vê-las florir...
Quando em mim terminar a ganância pelo passado...
E esta incessante desilusão com vocês todos.

Version 1.5.
Stop Script

4. Lasers go through Monkeys

Version 1.4.

"Guide to a moving target"

Start... Now:

Lembro-me como se fosse uma outra era.
E visse aquelas imagens como retratos tirados a sépia de gente respeitável em pose séria sustentada pelos seus bigodes farfalhudos e os seus trajes vitorianos.
Era mais ingénuo na altura e como tal mais disponível a lutar e a importar-me menos com as agruras.
Lembro-me que estava noutra cidade, quase não conseguindo respirar entalado com o nó de uma gravatinha rosa numa pessoa habituada a andar de ténis na rua.
Ainda sentia o rosto quente das lágrimas da véspera quando me abandonaram lá dizendo que era o melhor que fazia(m).
Devia-me recordar de outra coisa, mas recordo-me de como tinhas dito que se eu pedisse à Lua vermelha uma coisa que desejasse muito ela encarregar-se-ia que eu a conseguisse...
Fiz mal, pedi-lhe para estar naquela cidade em vez de lhe pedir para estar contigo.
A lua se sabia que eu não podia ter as 2 coisas ao mesmo tempo, não mo disse, e deixou-me ficar com uma.
E eu iludido pensava que já tinha ganho a outra.
E como tal, estava ali na outra cidade. Sozinho, esperando as 9h da manhã.
Chegaram como um vendaval, e por entre as novidades íam insinuando as mentiras que eu tinha de vender.
Aos poucos comecei a trocar a consciência por acessórios de cabedal e portáteis novos.
E enquanto ardiam cigarros, ardia com eles a minha paciência para me aturar.
Dizem que cresci quando eu lá estive. Fosse pela inveja ou pelas lições, eu cresci mesmo.
Mas não gostei muito de me ver já gente crescida à frente ao espelho a fazer a barba de manhãzinha.

E então, tornei-me terrorista!

A minha primeira bomba explodiu bem lá no fundo (devia ser quê? Um velho sotão talvez) seria por causa da minha sorte de principiante talvez, mas o que é certo é que o edificio rui com estrépito por lhe ter atingido as fundações.
A segunda bomba já foi mais complicada e exigiu detonador à distância... arquitectei a peça sozinho, enquanto conduzia interminavelmente nem eu sabia bem para onde. Quando premi o gatilho ainda demorei uma semana para ver a explosão...mas senhores... se valeu a pena! As ondas de choque duraram anos!

Depois já não havia mais nada a estourar... e cai no tédio...
Não me levantava da cama e esqueci-me que os dias passavam.
Tinha imenso medo, mas não sabia do quê... seria pelos meus anos no submundo, pensava que ainda me apanharia a polícia (aquela dos radiohead?)

Quando acordei (ou seria um sonho ainda?) estava num lugar onde quase tudo tinha começado e apertavam-me a mão.
Eu estava a sorrir mas não sabia bem de quê.
Nunca percebi aquele gesto...
Estaria cego por aquela parede de granito fechando-se sobre mim?

Version 1.4.
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Friday, April 04, 2008

3. Yeduhi Lights

Version 1.3.

"Guide to a moving target"

Start... Now:

Alcoolismo de fim de semana, ou uma doce sensação de loucura pulsante entre a violência e uma perda irreparável.
Ou então lembrar-me da tua excelente dicção, da tua enciclopédia oscilante, da tua arte postal.
Das inúmeras maneiras como me querem moldar a um certo molde que têm.

Eu sou a luz.
E vocês a sombra...
Eu sou a luz da manhã.
A luz que desperta.

Não me alimentem com óleo, não queimem os restos fossilizados de plantas para que eu arda brilhante, não cortem nenhuma árvore para dela fazer lenha, por favor não façam carvão.
Combatam me de manhã, no campo de juncos, desembainhem as espadas e manchem o aço com o meu sangue.
Porque nenhum de vocês percebeu que é isso que me dará vida.
Não me coloquem amarras, eu quero ser livre, não me prendam à esperança, matem-na antes que a contenda comece, não esperem por mim, venham ao meu encontro pelas colinas, venham ao meu encontro pelas montanhas, pelas planícies.
E lutem como se não houvesse amanhã, como se quisessem salvar-se a si próprios e não me quisessem salvar a mim.
Não tremam perante o meu golpe, algo mais forte do que eu parará a minha mão antes que embata, não confiem que o meu escudo pesado é mais forte, nem que o meu machado de guerra pesado. Combatam-me com lanças ou com as vossas próprias mãos núas. Retirem peça por peça a armadura e deixem-me estendido no chão.

Quando se prepararem para dar a estocada fatal, vejam então como os meus olhos pedem que seja directo ao coração.
E aí enterrem com força a lâmina no chão.

Não me matarão, mas ganharão o estandarte que defendo.

E as chaves do castelo inexpugnável.

E a luz que eu sou brilhará de novo.
Quando tiver que brilhar.

Version 1.3.
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2. Polaris

Version 1.2.

"Guide to a moving target"

Start... Now:

É este o planeta em que vivemos.
Histórias descabidas de lealdade e corrupção, o universo paralelo, onde tudo parecerá fazer sentido, e onde mais importantemente a uma acção seguirá uma reacção consentânea, existem para lá da tua mente.
Este é o universo paralelo, entra guiado pela minha mão.
Vê como a minha razão lhe desenhou as leis e é a minha vontade a servir de gravidade.
Eu é que lhes explico as leis, e faço chover quando me apetece.
Se eu estou em dia não, farei trovoar porque me apetece.
E se porventura o acharem injusto, não se iludam, ele é tão arbitrário como as leis que me regem o comportamento.
Se não gostarem inventem vocês o vosso, e chamem-lhe o que quiserem desde que não me convidem a lá entrar.
Sou físico demais para me importar.
Sou intransigente demais para não me queixar da cor que deram ao céu.
Sou metafisico bastante para lhe ler as sombras e não gostar de vocês.
Sou irreverente demais para não levar comigo o meu leitor de MPtrês e não escutar o vosso monólogo dançante, preferindo a isso os sons melódicos de god is an astronaut.

Não me encham de vocês que eu não preciso.

Não me peçam palavras que eu não as tenho.


Eu sou o habitante número 10 deste planeta e quero-me matar para inventar o próximo.

Version 1.2.
Stop Script

Wednesday, April 02, 2008

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