4. Lasers go through Monkeys
Version 1.4.
"Guide to a moving target"
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Lembro-me como se fosse uma outra era.
E visse aquelas imagens como retratos tirados a sépia de gente respeitável em pose séria sustentada pelos seus bigodes farfalhudos e os seus trajes vitorianos.
Era mais ingénuo na altura e como tal mais disponível a lutar e a importar-me menos com as agruras.
Lembro-me que estava noutra cidade, quase não conseguindo respirar entalado com o nó de uma gravatinha rosa numa pessoa habituada a andar de ténis na rua.
Ainda sentia o rosto quente das lágrimas da véspera quando me abandonaram lá dizendo que era o melhor que fazia(m).
Devia-me recordar de outra coisa, mas recordo-me de como tinhas dito que se eu pedisse à Lua vermelha uma coisa que desejasse muito ela encarregar-se-ia que eu a conseguisse...
Fiz mal, pedi-lhe para estar naquela cidade em vez de lhe pedir para estar contigo.
A lua se sabia que eu não podia ter as 2 coisas ao mesmo tempo, não mo disse, e deixou-me ficar com uma.
E eu iludido pensava que já tinha ganho a outra.
E como tal, estava ali na outra cidade. Sozinho, esperando as 9h da manhã.
Chegaram como um vendaval, e por entre as novidades íam insinuando as mentiras que eu tinha de vender.
Aos poucos comecei a trocar a consciência por acessórios de cabedal e portáteis novos.
E enquanto ardiam cigarros, ardia com eles a minha paciência para me aturar.
Dizem que cresci quando eu lá estive. Fosse pela inveja ou pelas lições, eu cresci mesmo.
Mas não gostei muito de me ver já gente crescida à frente ao espelho a fazer a barba de manhãzinha.
E então, tornei-me terrorista!
A minha primeira bomba explodiu bem lá no fundo (devia ser quê? Um velho sotão talvez) seria por causa da minha sorte de principiante talvez, mas o que é certo é que o edificio rui com estrépito por lhe ter atingido as fundações.
A segunda bomba já foi mais complicada e exigiu detonador à distância... arquitectei a peça sozinho, enquanto conduzia interminavelmente nem eu sabia bem para onde. Quando premi o gatilho ainda demorei uma semana para ver a explosão...mas senhores... se valeu a pena! As ondas de choque duraram anos!
Depois já não havia mais nada a estourar... e cai no tédio...
Não me levantava da cama e esqueci-me que os dias passavam.
Tinha imenso medo, mas não sabia do quê... seria pelos meus anos no submundo, pensava que ainda me apanharia a polícia (aquela dos radiohead?)
Quando acordei (ou seria um sonho ainda?) estava num lugar onde quase tudo tinha começado e apertavam-me a mão.
Eu estava a sorrir mas não sabia bem de quê.
Nunca percebi aquele gesto...
Estaria cego por aquela parede de granito fechando-se sobre mim?
Version 1.4.
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Lembro-me como se fosse uma outra era.
E visse aquelas imagens como retratos tirados a sépia de gente respeitável em pose séria sustentada pelos seus bigodes farfalhudos e os seus trajes vitorianos.
Era mais ingénuo na altura e como tal mais disponível a lutar e a importar-me menos com as agruras.
Lembro-me que estava noutra cidade, quase não conseguindo respirar entalado com o nó de uma gravatinha rosa numa pessoa habituada a andar de ténis na rua.
Ainda sentia o rosto quente das lágrimas da véspera quando me abandonaram lá dizendo que era o melhor que fazia(m).
Devia-me recordar de outra coisa, mas recordo-me de como tinhas dito que se eu pedisse à Lua vermelha uma coisa que desejasse muito ela encarregar-se-ia que eu a conseguisse...
Fiz mal, pedi-lhe para estar naquela cidade em vez de lhe pedir para estar contigo.
A lua se sabia que eu não podia ter as 2 coisas ao mesmo tempo, não mo disse, e deixou-me ficar com uma.
E eu iludido pensava que já tinha ganho a outra.
E como tal, estava ali na outra cidade. Sozinho, esperando as 9h da manhã.
Chegaram como um vendaval, e por entre as novidades íam insinuando as mentiras que eu tinha de vender.
Aos poucos comecei a trocar a consciência por acessórios de cabedal e portáteis novos.
E enquanto ardiam cigarros, ardia com eles a minha paciência para me aturar.
Dizem que cresci quando eu lá estive. Fosse pela inveja ou pelas lições, eu cresci mesmo.
Mas não gostei muito de me ver já gente crescida à frente ao espelho a fazer a barba de manhãzinha.
E então, tornei-me terrorista!
A minha primeira bomba explodiu bem lá no fundo (devia ser quê? Um velho sotão talvez) seria por causa da minha sorte de principiante talvez, mas o que é certo é que o edificio rui com estrépito por lhe ter atingido as fundações.
A segunda bomba já foi mais complicada e exigiu detonador à distância... arquitectei a peça sozinho, enquanto conduzia interminavelmente nem eu sabia bem para onde. Quando premi o gatilho ainda demorei uma semana para ver a explosão...mas senhores... se valeu a pena! As ondas de choque duraram anos!
Depois já não havia mais nada a estourar... e cai no tédio...
Não me levantava da cama e esqueci-me que os dias passavam.
Tinha imenso medo, mas não sabia do quê... seria pelos meus anos no submundo, pensava que ainda me apanharia a polícia (aquela dos radiohead?)
Quando acordei (ou seria um sonho ainda?) estava num lugar onde quase tudo tinha começado e apertavam-me a mão.
Eu estava a sorrir mas não sabia bem de quê.
Nunca percebi aquele gesto...
Estaria cego por aquela parede de granito fechando-se sobre mim?
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