Mentira.
Mentiste-me!
Não me venhas com desculpas, contar apenas meia verdade é tão só mais uma maneira de mentir...
Olhaste para a minha mão e começaste a desfiar conclusões acerca do que vias nas suas linhas, acabada de me conhecer através de uma série de acasos incrível parecias capaz de pronunciar sobre mim, algumas verdades que eu próprio não encontraria...
Chamaste-me louco, mas esse foi apenas o início da viagem que se seguiria, o inicio daquela viagem que me conduziu aqui, foi apenas a primeira coisa que viste, mas apesar de me definir foi talvez a coisa mais insignificante que me disseste.
Mentiste...
Mentiste...
E conduziste-me aqui, como uma daquelas marionetas que nos observavam naquele café em Bruxelas, como uma daquelas figuras sentadas no parapeito de um muro de madeira que nos rodeava, mas, ao contrário do que seria exigido, não contaste o argumento da peça que representava e que tu habilmente conduzias a milhares de km dali... não, tu preferiste mentir-me e contaste-me o final antecipado quebrando a surpresa das revelações com tanta intensidade que o que me restou foi pensar que falavas de coisas passadas, quando tu, com displicência, falavas de coisas futuras...
Mas porquê? Perguntote agora que tudo foi revelado para mim. Se para além do resultado, sabias do caminho, porque não me contaste a história toda? Nunca te conheci suficientemente bem para adivinhar que retiravas desse pensamento sádico a fonte do teu prazer, dessa mentira que habilmente urdiste para mim qual armadilha onde inevitavelmente cairia para teu prazer pessoal...
NÃO!!!!!!!!!!!!
MENTISTE!!
E SE AGORA ME ATRAIÇOAS, SE ME EXPLICAS O DESTINO COMO INEVITÁVEL, SABES QUE EU SOU O PRIMEIRO A DIZER QUE AS COISAS QUE FAZES PARA EVITAR AQUILO QUE NÃO QUERES QUE ACONTEÇA SÃO PRECISAMENTE O CAMINHO QUE TE LEVA NESSA DIRECÇÃO!
E se me disseste onde iria parar, se o vias nas linhas da minha mão, porque não foste capaz de me explicar o caminho para lá chegar...
E sabias tão bem quanto eu que não haveria outro caminho, não havia outro destino, como naquele avião que nos trouxe, embarcamos muito antes, um acontecimento tão passado que já nos esquecemos de como foi, e depois faltaram os pára-quedas, quando a meio nos apercebemos que voávamos em direcção a um destino que não queríamos, e nos apercebemos, que a única saída seria num aeroporto gigantesco, metalizado, grotesco, a última paragem do nosso destino...até chegarmos ali, a um café perdido em Bruxelas, experimentando a 24ª variedade de cerveja, desta vez com sabor a frutos, rodeados de marionetas, rodeados de espaço, um espaço que ousamos transpor, quando naquele momento soubeste como transpor aquele espaço infinito que nos separava e soubeste como me agarrar na minha mão, e soubeste como ler nela o futuro tão claramente que julguei que falavas do passado...
E mentiste...
Porque apenas foste capaz de falar meia verdade, e deste-me um destino, sem um mapa para lá chegar...
E agora que me acho nesse destino, que tão antecipadamente previste (ou escolheste?) sei como me mentiste... por maldade... porque no final, o destino que sabias e me deste a conhecer é tão insignificante quanto o foi na altura o seu sentido, porque no final a verdadeira razão daquele destino sempre esteve ali, naquelas linhas, daquela mão, que seguraste como sendo tua mas da qual sabias que era minha, porque no final, naquela paragem que chamaste destino, fico parado junto às linhas, junto ao terminal do aeroporto, à espera de uma bagagem extraviada, e de mim, igualmente extraviado, perdido na viagem que tu viste nas linhas da minha mão...
Perdido...
É que tu simplesmente mentiste...
E nada seria diferente se tivesses contado a verdade...
Porque as linhas estavam ali, na mão que seguravas como sendo tua...
\me on Linda Martini, este mar
este post é dedicado a mim e à Sónia uma grande amiga e uma das pessoas mais interessantes que Erasmus proporcionou conhecer, este post fala sobre ela, e um café tomado num café perdido no meio de bruxelas, algures no início de 2004.
Não me venhas com desculpas, contar apenas meia verdade é tão só mais uma maneira de mentir...
Olhaste para a minha mão e começaste a desfiar conclusões acerca do que vias nas suas linhas, acabada de me conhecer através de uma série de acasos incrível parecias capaz de pronunciar sobre mim, algumas verdades que eu próprio não encontraria...
Chamaste-me louco, mas esse foi apenas o início da viagem que se seguiria, o inicio daquela viagem que me conduziu aqui, foi apenas a primeira coisa que viste, mas apesar de me definir foi talvez a coisa mais insignificante que me disseste.
Mentiste...
Mentiste...
E conduziste-me aqui, como uma daquelas marionetas que nos observavam naquele café em Bruxelas, como uma daquelas figuras sentadas no parapeito de um muro de madeira que nos rodeava, mas, ao contrário do que seria exigido, não contaste o argumento da peça que representava e que tu habilmente conduzias a milhares de km dali... não, tu preferiste mentir-me e contaste-me o final antecipado quebrando a surpresa das revelações com tanta intensidade que o que me restou foi pensar que falavas de coisas passadas, quando tu, com displicência, falavas de coisas futuras...
Mas porquê? Perguntote agora que tudo foi revelado para mim. Se para além do resultado, sabias do caminho, porque não me contaste a história toda? Nunca te conheci suficientemente bem para adivinhar que retiravas desse pensamento sádico a fonte do teu prazer, dessa mentira que habilmente urdiste para mim qual armadilha onde inevitavelmente cairia para teu prazer pessoal...
NÃO!!!!!!!!!!!!
MENTISTE!!
E SE AGORA ME ATRAIÇOAS, SE ME EXPLICAS O DESTINO COMO INEVITÁVEL, SABES QUE EU SOU O PRIMEIRO A DIZER QUE AS COISAS QUE FAZES PARA EVITAR AQUILO QUE NÃO QUERES QUE ACONTEÇA SÃO PRECISAMENTE O CAMINHO QUE TE LEVA NESSA DIRECÇÃO!
E se me disseste onde iria parar, se o vias nas linhas da minha mão, porque não foste capaz de me explicar o caminho para lá chegar...
E sabias tão bem quanto eu que não haveria outro caminho, não havia outro destino, como naquele avião que nos trouxe, embarcamos muito antes, um acontecimento tão passado que já nos esquecemos de como foi, e depois faltaram os pára-quedas, quando a meio nos apercebemos que voávamos em direcção a um destino que não queríamos, e nos apercebemos, que a única saída seria num aeroporto gigantesco, metalizado, grotesco, a última paragem do nosso destino...até chegarmos ali, a um café perdido em Bruxelas, experimentando a 24ª variedade de cerveja, desta vez com sabor a frutos, rodeados de marionetas, rodeados de espaço, um espaço que ousamos transpor, quando naquele momento soubeste como transpor aquele espaço infinito que nos separava e soubeste como me agarrar na minha mão, e soubeste como ler nela o futuro tão claramente que julguei que falavas do passado...
E mentiste...
Porque apenas foste capaz de falar meia verdade, e deste-me um destino, sem um mapa para lá chegar...
E agora que me acho nesse destino, que tão antecipadamente previste (ou escolheste?) sei como me mentiste... por maldade... porque no final, o destino que sabias e me deste a conhecer é tão insignificante quanto o foi na altura o seu sentido, porque no final a verdadeira razão daquele destino sempre esteve ali, naquelas linhas, daquela mão, que seguraste como sendo tua mas da qual sabias que era minha, porque no final, naquela paragem que chamaste destino, fico parado junto às linhas, junto ao terminal do aeroporto, à espera de uma bagagem extraviada, e de mim, igualmente extraviado, perdido na viagem que tu viste nas linhas da minha mão...
Perdido...
É que tu simplesmente mentiste...
E nada seria diferente se tivesses contado a verdade...
Porque as linhas estavam ali, na mão que seguravas como sendo tua...
\me on Linda Martini, este mar
este post é dedicado a mim e à Sónia uma grande amiga e uma das pessoas mais interessantes que Erasmus proporcionou conhecer, este post fala sobre ela, e um café tomado num café perdido no meio de bruxelas, algures no início de 2004.
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