Saturday, March 01, 2008

Far From Refuge


V.P.F. God is an Astronaut

V.P.S.F.F.


Foi uma daquelas sextas-feira que se ganha após uma luta ingrata contra o sono e a neblina matinal de um sábado prévio que prolonga a minha semana de trabalho para 6 dias ininterruptos encerrado entre 4 paredes tendo por companhia mais um daqueles doentes em coma que procuramos salvar contra todas as probabilidades e vontades, incluindo as nossas.
Fuck
I want to shout it loud
And I'm not black, and i'm not proud

Interno a minha vontade e deixo que a curarizem.
Semanas de febre ininterrupta cozem o meu cérebro no interior do meu crâneo como um ovo.
Fui cardiovertido 6 vezes, ressuscitei por volume mais umas quantas.
O meu sangue é filtrado por máquinas e a força do coração controlada por drogas.
A paciência... bem a paciência deixo-a esvair de mim, como o meu sangue, espero que inventem o filtro, ou o soro capaz de lhe devolver a pureza, para que quando chegue a este coração, ou a este cérebro, renove a sua vontade de viver...
Mas não, espera um pouco.
Mas se sou eu a fonte do veneno.
Deixa o meu corpo arrefecer e não o aqueças...

A consciência já me abandonou à muito e espera por mim no sítio onde repousarei quando todos percebam que eu já não tenho vontade de continuar.
Quando todos deixarem de acreditar, mais do que eu, na minha própria esperança.

Tive um tempo de vida e é para lá que quero regressar. Inteiro. Muito antes de me retirarem aquilo que voluntariamente destruí. Muito antes de insistirem comigo e me apontarem as razões que tenho para continuar. Selei o meu destino, e o meu corpo já decidiu onde repousar a melhor parte de si, deixem também cair esta concha vazia.

Se ainda discutem se o meu olhar se dirige, por favor saibam que ele se concentra no tecto para projectar no último quadrado branco da minha existência os momentos bons pelos que passei.

É que já não tenho sítio ou corpo para o qual voltar... deixei-o corromper, e não há nada por que valha a pena voltar...

Se os motivos pelos quais o fiz são válidos ou não, não vos compete a vós julgar.

Insistem para que eu volte atrás quando eu já preparo os meus argumentos para quem os pode julgar.

Eu não quero viver, quero ser julgado, quero saber se tenho direito...

... direito a voltar...

Mas inteiro.

Não neste corpo que eu deixei corromper.

Não neste corpo onde travais a vossa última batalha, sem que eu tenha interesse nenhum em que ela seja ganha, por qualquer um de vós.



What's wrong with this picture?

Dopa kind of life
Nora kind of beat
Dobuta kind of soul

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