Flesh
Hoje senti como as minhas emoções se propagavam à velocidade da luz, inflectindo a cada mudança exterior, excedendo-se a cada palavra, preso em cada sonho, em cada sorriso, preso a esta teia que teci no meio do meu low profile, e em que cada fio conecta cada alma errante que se cruza comigo e me ensina e me dá e partilha...
Uma semana intensa, tão intensa como o meu espaço, como a minha carne, como os meus ossos, como os meus dentes e sangue, como os meus pulmões, como o meu crânio e cérebro.
Olhei como cada sorriso se impunha por entre os espaços da teia, como me senti metido numa liquidificadora e me transformei numa massa pastosa mas que mesmo assim conseguia atravessar livremente a teia e divagar entre sonho e realidade, entre calor e o frio, entre a noite e o dia, sem nunca achar o centro, o meio termo.
Esta é a minha carne trespassada, que calmamente se liga, calmamente se inicia, este é o meu olhar límpido e a minha claridade sombria, este é o sangue que corre em mim e por algum lugar sombrio se escapa, estes são os ossos quebrados, esta é a minha cabeça no teu peito...
Esta é a minha liberdade amarrada, os meus sonhos centrifugados e dispersos, a minha energia secreta, o meu caminho, a minha tentativa, o meu toque educado e o meu coração que mortal, aguardando a sua paragem, nunca dissocia sentimento e gesto de contracção...
O meu toque é a minha alma, apertaram-me a mão e sentiram os contornos de 5 dedos simétricos, individuais, um pouco encurvados, sentiram a pele quente e macia, o contorno de veias superficiais e alguns pelos sedosos. sentiram profundamente a contracção muscular e os contornos ósseos... e tocam-me através da teia, e eu sorrio, tocaram-me a mim, e não vacilam, e não se esquecem...
Esta é a minha carne em escara, cicatriz e seda, avisada dos seus contornos próprios e defeitos, de uma cicatriz passada, de uma história que se conta entre a névoa dispersa de 3 cigarros, estes são os meus pontos de origem e fim...
A minha carne e a minha alma são unas.
E há 3 marcas escuras que crescem como sombras projectadas sobre o meu polegar esquerdo, as 3 ultimas linhas da minha teia, cada uma tem um sabor diferente, com a sua intensidade diferenciada, cada uma segue até aqui, ao centro revertido.
Lentamente o seu processo fisiológico de renovação, o seu processo lento e irreversível, o sangue, o oxigénio e o equilibrio das bases... toco no meu djambé com estas mãos, enquanto me deito ao sol e fumo mais um cigarro, acesso e lentamente carregado sobre mim. Sincronismo com um som de fundo que reconheço, sincronismo com o movimento de fundo que consigo intuir, sincronismo com um toque que pressinto à distância... e o meu corpo sente o toque a teia vibra e eu desperto... sorrio... e deito-me querendo mimo, ouvindo aquela canção que faz perdurar a vibração.
O meu coração bate, ainda assim, vibrante, o meu sangue acelera, o meu cérebro dispara e atravesso de novo a teia...
Hoje encontraram-se alma e carne em choque directo entre queda e ascensão, trespassado na teia, ligado a cada vibração, hoje sorri e chorei, hoje cai e levantei-me, hoje sonhei e morri, hoje foi apenas mais um dia... provavelmente menos um...
Hoje escrevi um texto chamado "flesh".
Hoje sou eu, amanhã não o serei...
E a teia perdura e vibra ainda, ligada, expiro uma névoa branca e apago o que resta de mais um cigarro, a canção é a getaway car, não sei se caio se flutuo...
Flatline
Uma semana intensa, tão intensa como o meu espaço, como a minha carne, como os meus ossos, como os meus dentes e sangue, como os meus pulmões, como o meu crânio e cérebro.
Olhei como cada sorriso se impunha por entre os espaços da teia, como me senti metido numa liquidificadora e me transformei numa massa pastosa mas que mesmo assim conseguia atravessar livremente a teia e divagar entre sonho e realidade, entre calor e o frio, entre a noite e o dia, sem nunca achar o centro, o meio termo.
Esta é a minha carne trespassada, que calmamente se liga, calmamente se inicia, este é o meu olhar límpido e a minha claridade sombria, este é o sangue que corre em mim e por algum lugar sombrio se escapa, estes são os ossos quebrados, esta é a minha cabeça no teu peito...
Esta é a minha liberdade amarrada, os meus sonhos centrifugados e dispersos, a minha energia secreta, o meu caminho, a minha tentativa, o meu toque educado e o meu coração que mortal, aguardando a sua paragem, nunca dissocia sentimento e gesto de contracção...
O meu toque é a minha alma, apertaram-me a mão e sentiram os contornos de 5 dedos simétricos, individuais, um pouco encurvados, sentiram a pele quente e macia, o contorno de veias superficiais e alguns pelos sedosos. sentiram profundamente a contracção muscular e os contornos ósseos... e tocam-me através da teia, e eu sorrio, tocaram-me a mim, e não vacilam, e não se esquecem...
Esta é a minha carne em escara, cicatriz e seda, avisada dos seus contornos próprios e defeitos, de uma cicatriz passada, de uma história que se conta entre a névoa dispersa de 3 cigarros, estes são os meus pontos de origem e fim...
A minha carne e a minha alma são unas.
E há 3 marcas escuras que crescem como sombras projectadas sobre o meu polegar esquerdo, as 3 ultimas linhas da minha teia, cada uma tem um sabor diferente, com a sua intensidade diferenciada, cada uma segue até aqui, ao centro revertido.
Lentamente o seu processo fisiológico de renovação, o seu processo lento e irreversível, o sangue, o oxigénio e o equilibrio das bases... toco no meu djambé com estas mãos, enquanto me deito ao sol e fumo mais um cigarro, acesso e lentamente carregado sobre mim. Sincronismo com um som de fundo que reconheço, sincronismo com o movimento de fundo que consigo intuir, sincronismo com um toque que pressinto à distância... e o meu corpo sente o toque a teia vibra e eu desperto... sorrio... e deito-me querendo mimo, ouvindo aquela canção que faz perdurar a vibração.
O meu coração bate, ainda assim, vibrante, o meu sangue acelera, o meu cérebro dispara e atravesso de novo a teia...
Hoje encontraram-se alma e carne em choque directo entre queda e ascensão, trespassado na teia, ligado a cada vibração, hoje sorri e chorei, hoje cai e levantei-me, hoje sonhei e morri, hoje foi apenas mais um dia... provavelmente menos um...
Hoje escrevi um texto chamado "flesh".
Hoje sou eu, amanhã não o serei...
E a teia perdura e vibra ainda, ligada, expiro uma névoa branca e apago o que resta de mais um cigarro, a canção é a getaway car, não sei se caio se flutuo...
Flatline
Soberbo