16 de Julho de 2006, sexta feira, sem titulo
A minha vida coube toda em 3 caixas de madeira
E ainda sobrou espaço...
Um espaço infinito para preencher com a pequenez dos meus sonhos e esperanças...
São 3 caixas de madeira simétricas e escuras, pequenas demais...
São urnas seladas e cheias com a rapidez metódica de quem pode acobardar-se se parar...
Um caixão para os sonhos...
Um caixão para o passado...
Um caixão para o amor...
E antes da terra cair sobre eles, já caíu sobre mim...
Apenas uma lágrima caíu neste enterro e nenhuma oração foi proferida.
Cantou-se uma única canção, e depois calaram-se as árvores, o mar, o vento e a lua.
Há 4 velas a arder e um cheiro a incenso no ar.
As minhas mãos secaram no papel e cortaram-se nos ângulos.
Esta é a crónica de um enterro, sem renovação.
São apenas 3 caixas simétricas de madeira escura, fechadas.
Estou dentro de cada uma e cada uma está dentro de mim.
Flatline e silêncio.