Thursday, July 06, 2006

tan...tan...tan...tan-taram-tan-taram (...)


"In this world of ordinary people... extraordinary people, I'm glad there is you"


Ok, este é um título estúpido para um post, mas passa por ser onomatopeico... se alguém adivinhar o que pretendi trautear, merece o mundo como prémio, e eu conheço alguns para alugar, vender, trocar, trespassar... por aí...

Antes de continuar:

Porta-te bem!

Dito isto...

Um "casual" post...

Há uns anos atrás havia um videoclip fabuloso de um grupo que agora desconheço o nome, que pretendia simbolizar a fragilidade do continente Africano. Consistia num indíviduo de raça negra que caminhava por New York, enquanto era ignorado e agredido pelas pessoas que passavam. Esse indíviduo vestia-se como um maltrapilho, era esquelético e possuia um par de olhos do mais expressivo que há. A certa altura, já muito perto do final do videoclip, este senhor ficou com ambos os pés colados no alcatrão, quando tentou dar mais um passo, a perna quebrou como um vaso de cristal, mostrando um interior oco. Mesmo assim o sujeito continuou a andar apoiado nesses "cotos", até que eles foram progressivamente quebrando e ficando mais curtos. No final, o indíviduo caiu ao chão, desfazendo-se em pó enquanto soavam os últimos acordes do videoclip...
Não pretendo ter a mesma dimensão trágica de um continente inteiro, nem sequer consigo compreender se de facto possuo a chamada "tragédia pessoal", apenas penso muito agora neste videoclip, e de como os meus passos, de há uns tempos para cá, se assemelharem a este videoclip.
O curioso é que nada se desenrola como deveria (ou então estou demasiado envolvido comigo mesmo sob o lema "a minha vida dava um filme") com aqueles rompantes dramáticos ou aquelas decisões irrevogáveis, nem sequer tenho direito a grandes eventos e considerações... Não há como eu pensava que haveria, momentos de viragem, limites claros onde começa e acaba um novo capítulo, nada!...
Tudo se desenrola, quase em câmara lenta, como um filme a preto e branco, e o drama vem embrulhado com um papel pardo que lembra a conveniência e os bons costumes.
No meu mundo sou eu que caminho e a cada passo fico preso àquele chão, para descobrir que o meu próximo passo já vou ser menos de mim, desfazendo-me a cada passo, como naquele videoclip. Mas isso sou eu com um par de filmes a mais...
Acho que quando perdemos a confiança no nosso centro, nas nossas coisas sagradas, o que resta é uma grande cratera no centro de nós, fazendo um grande declive por onde todas as outras coisas deslizam acidentalmente... ui o drama ;)
Está tudo como deveria ser. Para contentamento de muitos (entre os quais não me incluo).
Mas afinal... quem é que foi que disse que cada um tem o que merece?
'cause I'm not the victim... I'm the crime.

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