She lost control
Prefiero que me mientas...
Hoje, pela última vez vou limpar o pó à minha arma e carrega-la com algo mais do que pólvora seca.
Hoje, pela última vez na minha vida, vou escovar o carregador e alinhar as balas com um beijo em cada ponta.
Hoje na última vez que vejo o sol a nascer, vou testar o percutor uma e outra vez.
E ao sair de casa, na parte de dentro do meu casaco, saberás que está lá o teu testamento e na minha mente a tua sentença de morte.
E à medida que me aproximo de ti, inexoravelmente, acelerando o automóvel por aquela estrada de asfalto, prepara-te para carpir sobre a tua mortalha com o mesmo desvelo com que vou fantasiando sobre o teu último olhar que deitarás, um misto de dor e incompreensão atravessando o cano da pistola que empunho contra ti.
Mas não saberias tu que os anos que dedicas-te à prostituição, os sorrisos com que acolchoavas a tua lassidão perante outros de menor valor, teriam um preço a pagar?
Hoje eu sou o anjo da morte, e distribuo justiça com a minha espada flamejante de 9mm.
E enquanto naqueles corredores sobrarem corridas e desmaios conscienciosos todos verão os meus passos vermelhos e o meu olhar tranquilo enquanto decido quem ficará aqui ou quem partirá para outra vida.
E os justos caminharão de volta, quando o ruído das televisões passar.
E todos os injustos apertarão as mãos quando o seu coração levantar com estrondo a pena, e tiverem que passar para o outro lado respondendo pelo que fizeram nesta vida.
E não fosse pelo tempo, pela eficácia e pela limpeza, preferiria (saberás isso quando me olhares...) cravar-te uma lâmina curva e cuidadosamente afiada no teu peito, torcendo devagar o punho para alargar as margens da ferida. E dizer-te enquanto cais que te odeio a cada batimento cardíaco, que cuspo na tua cara, na tua homosexualidade assumida, no teu arrastar de asa a crianças inocentes, na tua sabujice descarada, no teu sorriso falso e em todos os deuses que adoras ou intrujas, cuspo neles todos e para todos tenho reservado o mesmo destino que te aplico a ti.
Mas tu não sabias que a cada passo me arrancavas vontade, que a cada movimento me secavas a fonte?
Por acaso não sabias que me movimentava noutro plano e não tinha outra ambição para além de fazer aquilo para que estava destinado? E tu mudaste esse destino, juntamente com todos aqueles que vão morrer hoje, e eu não tinha outra alternativa senão sair na próxima estação...
E nela descobri o teu (e o meu) destino, sobre um banco de jardim, materializada numa peça metálica que há-de cuspir 9 balas, cada uma com o seu nome.
Substituíram em mim, o amor por ódio
Não reclamem portanto que estas mãos já não saibam curar, mas sim matar.
Hoje, pela última vez vou limpar o pó à minha arma e carrega-la com algo mais do que pólvora seca.
Hoje, pela última vez na minha vida, vou escovar o carregador e alinhar as balas com um beijo em cada ponta.
Hoje na última vez que vejo o sol a nascer, vou testar o percutor uma e outra vez.
E ao sair de casa, na parte de dentro do meu casaco, saberás que está lá o teu testamento e na minha mente a tua sentença de morte.
E à medida que me aproximo de ti, inexoravelmente, acelerando o automóvel por aquela estrada de asfalto, prepara-te para carpir sobre a tua mortalha com o mesmo desvelo com que vou fantasiando sobre o teu último olhar que deitarás, um misto de dor e incompreensão atravessando o cano da pistola que empunho contra ti.
Mas não saberias tu que os anos que dedicas-te à prostituição, os sorrisos com que acolchoavas a tua lassidão perante outros de menor valor, teriam um preço a pagar?
Hoje eu sou o anjo da morte, e distribuo justiça com a minha espada flamejante de 9mm.
E enquanto naqueles corredores sobrarem corridas e desmaios conscienciosos todos verão os meus passos vermelhos e o meu olhar tranquilo enquanto decido quem ficará aqui ou quem partirá para outra vida.
E os justos caminharão de volta, quando o ruído das televisões passar.
E todos os injustos apertarão as mãos quando o seu coração levantar com estrondo a pena, e tiverem que passar para o outro lado respondendo pelo que fizeram nesta vida.
E não fosse pelo tempo, pela eficácia e pela limpeza, preferiria (saberás isso quando me olhares...) cravar-te uma lâmina curva e cuidadosamente afiada no teu peito, torcendo devagar o punho para alargar as margens da ferida. E dizer-te enquanto cais que te odeio a cada batimento cardíaco, que cuspo na tua cara, na tua homosexualidade assumida, no teu arrastar de asa a crianças inocentes, na tua sabujice descarada, no teu sorriso falso e em todos os deuses que adoras ou intrujas, cuspo neles todos e para todos tenho reservado o mesmo destino que te aplico a ti.
Mas tu não sabias que a cada passo me arrancavas vontade, que a cada movimento me secavas a fonte?
Por acaso não sabias que me movimentava noutro plano e não tinha outra ambição para além de fazer aquilo para que estava destinado? E tu mudaste esse destino, juntamente com todos aqueles que vão morrer hoje, e eu não tinha outra alternativa senão sair na próxima estação...
E nela descobri o teu (e o meu) destino, sobre um banco de jardim, materializada numa peça metálica que há-de cuspir 9 balas, cada uma com o seu nome.
Substituíram em mim, o amor por ódio
Não reclamem portanto que estas mãos já não saibam curar, mas sim matar.