Um Dia Normal.
A um ditador é confirmada a sentença de morte por enforcamento, negando-lhe o seu recurso.
Recordo os julgamentos de Nuremberga onde a justiça dos vencedores percebeu, face ao horror que acontecera, que mais do que um julgamento célere e previsível, interessava que fosse justo e factual, mais não fosse do que para demonstrar sem margem para dúvida a loucura assassina indescritível do regime Nazi (e pelos vistos, nem isso ficou provado, face à recente onda de revisionismo histórico que nega o holocausto, coisa que me repugna). Hoje, mais de 60 anos depois, a justiça dos vencedores assemelha-se a um circo montado por uma família Chen esquizofrénica e bipolar, tipo colocarem os leões não dentro de jaulas, mas por entre o público: enquanto dão saltos engolem pessoas. Não dúvido da culpabilidade do dito ditador, mas enforcá-lo na praça pública depois de um julgamento fachada, por um tribunal empossado por um governo de transição fantoche, no meio de uma Bagdade imersa em tensões tribais pré-guerra-cívil é no mínimo estranho. Já para não falar da hipocrisia assassina dos "libertadores". Há em Haia um tribunal curioso, onde não se contempla a pena de morte, mas do qual se diz defender os direitos do homem. Porque não ver lá o Hussein, ou o militar americano que violou e matou uma rapariga iraquina de 14 anos? Claro que o mesmo país que libertou os iraquianos é o mesmo que não compactua com Haia, Quioto ou a convenção que restringe o uso e fabricação de minas anti-pessoais. Quantos milhares de vidas é preciso ceifar para pagar o preço de uma vida americana?
Há uma criança de seu nome Sara, 2 anos de idade, que morreu vitima de maus tratos. Não houve nada a fazer. Repetidamente a sua educadora, corajosa como há poucas, avisou para a fome, as nódoas negras constantes, os cortes, o isolamento e a infelicidade da Sara. Mas não havia nada a fazer. Caiu das escadas, diz-se, a mãe levou o cadáver ao centro de saúde para atestar o óbito. É que não havia mesmo nada a fazer. Como nada se podia fazer ao Daniel cego e com dificuldades motoras, enquanto o seu pai o empalava com uma vassoura tinha ele seis anos. Ou à Catarina que com 30 meses era queimada com cigarros, violada e espancada até à morte. Ou à Vanessa, queimada por um ferro e por água a ferver, que morreu de fome com 5 anos. Ou à Fátima, que sobreviveu com um ano às violações e espancamentos dos pais. Ou à Joana, que repousa sabe Deus onde, morta pelo espancamento dos pais aos 8. Ou ao Yuri que com 3 anos morreu com lesões internas causadas pelo brutal espancamento ministrado pelos pais porque não parava de chorar. Ou ainda à Angelina que com 2 anos foi violada e espancada até à morte por um Brasileiro ilegal. Não é imaginação minha, como costumo dizer por muito doente que a minha imaginação fosse duvido que chegasse ao horror destas histórias, é realidade, podem vê-la aqui: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=225645&idselect=181&idCanal=181&p=0
Nunca houve nada a fazer, nada se podia fazer excepto contar a sua história e escrever o obituário, são os anjos de um dia normal, que morrem num dia normal. O dia especial será quando os casais homosexuais puderem adoptar crianças, haverá muita indignação (mas não a minha) mais indignação do que há hoje pela Sara, Daniel, Vanessa, Catarina, Joana, Fátima, Yuri, Angelina e tantos outros.
A ordem dos médicos insurge-se contra a circular emitida pelo governo que visa controlar a assiduídade dos médicos por meios electrónicos. O bastionário classifica a medida como, e cito, um "disparate sem nome e mais uma originalidade Portuguesa". Eu concordo. Por exemplo, num país de 5º mundo como a Bélgica, num Hospital Universitário cada funcionário tinha um cartão magnético que assinalava a hora de entrada e saída no mesmo, médicos incluídos, o que faz sentido num pais subdesenvolvido a anos luz do nosso. Então se eu vi, com estes olhos que a terra há-de comer, no Hospital de Santo António no Porto um médico com o dom da ubiquidade, conseguiu estar lá e ao mesmo tempo no seu consultório privado, com esta categoria de médicos que sentido faz controlar a assiduidade?
O Figo vai ter uma vida difícil na Arábia Saudita, diz Manuel José. Pois claro, para ajudar a aclimatar o jogador numa longa campanha de 6 meses, o clube pagará 1 milhão de euros por mês, vencimento que pagará o ar condicionado e umas pedrinhas de gelo para por na água. Um desterro, portanto.
E são algumas notícias, de um dia normal.
P.S.- Sou, como é bom de ver, um trotskista, populista, ressabiado, intriguista, anti-americano e por aí fora... Mas do que me orgulho mais, aquilo que me faz sentir verdadeiramente um Europeu de gema, é a suprema hipocrisia de que padeço.
Recordo os julgamentos de Nuremberga onde a justiça dos vencedores percebeu, face ao horror que acontecera, que mais do que um julgamento célere e previsível, interessava que fosse justo e factual, mais não fosse do que para demonstrar sem margem para dúvida a loucura assassina indescritível do regime Nazi (e pelos vistos, nem isso ficou provado, face à recente onda de revisionismo histórico que nega o holocausto, coisa que me repugna). Hoje, mais de 60 anos depois, a justiça dos vencedores assemelha-se a um circo montado por uma família Chen esquizofrénica e bipolar, tipo colocarem os leões não dentro de jaulas, mas por entre o público: enquanto dão saltos engolem pessoas. Não dúvido da culpabilidade do dito ditador, mas enforcá-lo na praça pública depois de um julgamento fachada, por um tribunal empossado por um governo de transição fantoche, no meio de uma Bagdade imersa em tensões tribais pré-guerra-cívil é no mínimo estranho. Já para não falar da hipocrisia assassina dos "libertadores". Há em Haia um tribunal curioso, onde não se contempla a pena de morte, mas do qual se diz defender os direitos do homem. Porque não ver lá o Hussein, ou o militar americano que violou e matou uma rapariga iraquina de 14 anos? Claro que o mesmo país que libertou os iraquianos é o mesmo que não compactua com Haia, Quioto ou a convenção que restringe o uso e fabricação de minas anti-pessoais. Quantos milhares de vidas é preciso ceifar para pagar o preço de uma vida americana?
Há uma criança de seu nome Sara, 2 anos de idade, que morreu vitima de maus tratos. Não houve nada a fazer. Repetidamente a sua educadora, corajosa como há poucas, avisou para a fome, as nódoas negras constantes, os cortes, o isolamento e a infelicidade da Sara. Mas não havia nada a fazer. Caiu das escadas, diz-se, a mãe levou o cadáver ao centro de saúde para atestar o óbito. É que não havia mesmo nada a fazer. Como nada se podia fazer ao Daniel cego e com dificuldades motoras, enquanto o seu pai o empalava com uma vassoura tinha ele seis anos. Ou à Catarina que com 30 meses era queimada com cigarros, violada e espancada até à morte. Ou à Vanessa, queimada por um ferro e por água a ferver, que morreu de fome com 5 anos. Ou à Fátima, que sobreviveu com um ano às violações e espancamentos dos pais. Ou à Joana, que repousa sabe Deus onde, morta pelo espancamento dos pais aos 8. Ou ao Yuri que com 3 anos morreu com lesões internas causadas pelo brutal espancamento ministrado pelos pais porque não parava de chorar. Ou ainda à Angelina que com 2 anos foi violada e espancada até à morte por um Brasileiro ilegal. Não é imaginação minha, como costumo dizer por muito doente que a minha imaginação fosse duvido que chegasse ao horror destas histórias, é realidade, podem vê-la aqui: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=225645&idselect=181&idCanal=181&p=0
Nunca houve nada a fazer, nada se podia fazer excepto contar a sua história e escrever o obituário, são os anjos de um dia normal, que morrem num dia normal. O dia especial será quando os casais homosexuais puderem adoptar crianças, haverá muita indignação (mas não a minha) mais indignação do que há hoje pela Sara, Daniel, Vanessa, Catarina, Joana, Fátima, Yuri, Angelina e tantos outros.
A ordem dos médicos insurge-se contra a circular emitida pelo governo que visa controlar a assiduídade dos médicos por meios electrónicos. O bastionário classifica a medida como, e cito, um "disparate sem nome e mais uma originalidade Portuguesa". Eu concordo. Por exemplo, num país de 5º mundo como a Bélgica, num Hospital Universitário cada funcionário tinha um cartão magnético que assinalava a hora de entrada e saída no mesmo, médicos incluídos, o que faz sentido num pais subdesenvolvido a anos luz do nosso. Então se eu vi, com estes olhos que a terra há-de comer, no Hospital de Santo António no Porto um médico com o dom da ubiquidade, conseguiu estar lá e ao mesmo tempo no seu consultório privado, com esta categoria de médicos que sentido faz controlar a assiduidade?
O Figo vai ter uma vida difícil na Arábia Saudita, diz Manuel José. Pois claro, para ajudar a aclimatar o jogador numa longa campanha de 6 meses, o clube pagará 1 milhão de euros por mês, vencimento que pagará o ar condicionado e umas pedrinhas de gelo para por na água. Um desterro, portanto.
E são algumas notícias, de um dia normal.
P.S.- Sou, como é bom de ver, um trotskista, populista, ressabiado, intriguista, anti-americano e por aí fora... Mas do que me orgulho mais, aquilo que me faz sentir verdadeiramente um Europeu de gema, é a suprema hipocrisia de que padeço.
Amigo, assino por baixo tudo o que acabaste de escrever....... muito me dói ver que mais um ano passou e cada vez surgem mais "joanas" e afins sem que ninguém competente para tal faça algo........ o típico portuga e a máxima "cos problemas dos outros posso eu bem"..... muito muito muito triste mesmo! e quanto ao caso Saddam.... também não há muito a comentar, apenas gostava que mudasse a mentalidade do "matar para vingar mortes"..... mas como não sou eu que mando no mundo, o pouco que posso fazer é expressar a minha singela opinião, á qual ainda vou tendo direito (não sei até quando)......
Beijo grande, boas entradas e espero que 2007 traga textos ainda melhores que os mais antigos a este blog *************************