A fome.
And I suppose that's the price you pay...
A fome como ideia de tudo abarcar, de tudo comer, de tragar o mundo de uma só dentada e deixar dele apenas migalhas espalhadas pelo universo enorme, com pouca vontade de as apanhar, vou varrer para debaixo do tapete...
É a fome dos dias, daqueles que passam e dos outros que ainda estão por vir.
Há pessoas que falam de amor e coisas boas, quem coma chocolate embrulhado em papéis encarnados, há quem faça recheios e seja vegetariano, há quem passe por ti, quem engane a fome mastigando-te a ti na mordomia dos dias, como quem masca um pedaço de tabaco.
Prefiro o ódio e a ganãncia, a falência dos sistemas, das pessoas, dos sonhos e dos animais, o meu sonho é comprar todos os aerossóis do mundo para aspergir no alasca, eu quero ver no ozono um buraco. Atrai-me mais a inveja e a arrogância, sou daqueles que espanca cachorrinhos e esmaga pintainhos com as suas botas de metal.
No mundo das flores e do sol prefiro os guarda-chuvas e os para-raios, prefiro o deserto de betão e o fumo do cigarro. Prefiro podar o special x, e lamber conscientemente as mortalhas, adoro os fogos, as beatas e os cinzeiros encardidos...
No passar dos dias, entre a barba crescida e o dedo que amarelece segurando um cigarro, não me interessam os dramas que contam, os processos de melhoria, as evoluções e crescimentos, o caminho da luz. Os sorrisos enjoam-me, como me enjoam os toques, os beijos, os abraços e as palmadinhas nas costas de hipócritas profissionais.
Ninguém me atravesse caminho quando me molho na chuva, ninguém me dê a mão ou prometa o futuro, não quero ver o benfica campeão, não pedi nenhuma prenda, não pedi nenhuma sorte, não quero o euromilhões eu nem sequer jogo.
Mas que caralho de mundo é este que quer gente conformada que sorri, se eu for antisocial isso faz de mim um inadaptado? Mas que é esta merda é esta, que felicidade todos temos de perseguir, que futuro temos de abarcar, quantos filhos temos de ter, quantas vezes temos de foder, quantos talhos devemos fazer na cabeceira da cama por cada mulher que lá passa e se entrega por ser ou querer ser feliz, ou realizada, é amor que prometemos?
Eu não quero sorrir todos os dias, eu não me tenho que obrigar a gostar, não faço nada do que me pedem nem quero fazer, não quero ficar calado.
Mas porque é que ninguém sabe escutar o silêncio e prefere ocupar os interlúdios com palavras, com perguntas, com essa verborreia mental e verbal que me enjoa. O meu herói será aquele que for capaz de se calar!
Será dos dias que correm?
Distorções ao som de arctic monkeys e Lisbon Revisited de Álvaro de Campos (?)
A fome como ideia de tudo abarcar, de tudo comer, de tragar o mundo de uma só dentada e deixar dele apenas migalhas espalhadas pelo universo enorme, com pouca vontade de as apanhar, vou varrer para debaixo do tapete...
É a fome dos dias, daqueles que passam e dos outros que ainda estão por vir.
Há pessoas que falam de amor e coisas boas, quem coma chocolate embrulhado em papéis encarnados, há quem faça recheios e seja vegetariano, há quem passe por ti, quem engane a fome mastigando-te a ti na mordomia dos dias, como quem masca um pedaço de tabaco.
Prefiro o ódio e a ganãncia, a falência dos sistemas, das pessoas, dos sonhos e dos animais, o meu sonho é comprar todos os aerossóis do mundo para aspergir no alasca, eu quero ver no ozono um buraco. Atrai-me mais a inveja e a arrogância, sou daqueles que espanca cachorrinhos e esmaga pintainhos com as suas botas de metal.
No mundo das flores e do sol prefiro os guarda-chuvas e os para-raios, prefiro o deserto de betão e o fumo do cigarro. Prefiro podar o special x, e lamber conscientemente as mortalhas, adoro os fogos, as beatas e os cinzeiros encardidos...
No passar dos dias, entre a barba crescida e o dedo que amarelece segurando um cigarro, não me interessam os dramas que contam, os processos de melhoria, as evoluções e crescimentos, o caminho da luz. Os sorrisos enjoam-me, como me enjoam os toques, os beijos, os abraços e as palmadinhas nas costas de hipócritas profissionais.
Ninguém me atravesse caminho quando me molho na chuva, ninguém me dê a mão ou prometa o futuro, não quero ver o benfica campeão, não pedi nenhuma prenda, não pedi nenhuma sorte, não quero o euromilhões eu nem sequer jogo.
Mas que caralho de mundo é este que quer gente conformada que sorri, se eu for antisocial isso faz de mim um inadaptado? Mas que é esta merda é esta, que felicidade todos temos de perseguir, que futuro temos de abarcar, quantos filhos temos de ter, quantas vezes temos de foder, quantos talhos devemos fazer na cabeceira da cama por cada mulher que lá passa e se entrega por ser ou querer ser feliz, ou realizada, é amor que prometemos?
Eu não quero sorrir todos os dias, eu não me tenho que obrigar a gostar, não faço nada do que me pedem nem quero fazer, não quero ficar calado.
Mas porque é que ninguém sabe escutar o silêncio e prefere ocupar os interlúdios com palavras, com perguntas, com essa verborreia mental e verbal que me enjoa. O meu herói será aquele que for capaz de se calar!
Será dos dias que correm?
Distorções ao som de arctic monkeys e Lisbon Revisited de Álvaro de Campos (?)
Tornamo-nos vampiros da alegria hipócrita dos outros e da sua energia aparentemente positiva.
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